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11 DOS CORONÉIS DE BARRANCO - Biblioteca da Floresta

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Sem dúvi<strong>da</strong>, a Amazônia foi um importante trunfo nas negociações<br />

internacionais em que o governo Vargas consolidou o projeto de<br />

industrialização por substituições de importações e uma indústria de base<br />

no país.<br />

A excelente tese de doutorado do Professor e Historiador <strong>da</strong> UFAC ­<br />

Universi<strong>da</strong>de Federal do Acre ­ Pedro Martinello dispensa­me de<br />

caracterizar ‘A Batalha <strong>da</strong> Borracha’. E é com base nesta tese que pude<br />

observar que rapi<strong>da</strong>mente foram envia<strong>da</strong>s à Amazônia equipes de técnicos<br />

norte­americanos para fazer diagnósticos dos seringais. Inicia­se, a partir<br />

<strong>da</strong>í, uma nova fase de articulação entre as classes dominantes regionais<br />

amazônicas e o bloco de poder nacional, naquele momento sob o signo <strong>da</strong><br />

intervenção do Estado e <strong>da</strong> Rubber Development Corporation (RDC).<br />

Poder­se­ia dizer que, a partir de 1942, com a ‘Batalha <strong>da</strong> Borracha’,<br />

se generalizou para to<strong>da</strong> a Amazônia aquilo que era específico do vale do<br />

Acre, tão bem expresso na importância política de Rio Branco desde 1920,<br />

no estabelecimento de uma agência do Banco do Brasil em 1928 e que o<br />

Manifesto dos Coronéis de Barranco de 1939, por contraponto, acusara.<br />

Ali já se estabeleceram fortes laços entre os estamentos burocráticos<br />

nacionais e o poder local, os patrões, em crise.<br />

O caráter nacionalista que sempre recobriu o debate acerca <strong>da</strong><br />

Amazônia, no Acre com as peculiari<strong>da</strong>des já salienta<strong>da</strong>s de ter sido a<br />

única uni<strong>da</strong>de <strong>da</strong> federação incorpora<strong>da</strong> ao nosso território por ‘uma<br />

au<strong>da</strong>ciosa conquista de caráter lidimamente nacional, mas<br />

executa<strong>da</strong> por brasileiros desprovidos de qualquer auxílio<br />

governamental’, a partir <strong>da</strong> guerra e, sobretudo do pós­guerra, será<br />

enseja<strong>da</strong> a oportuni<strong>da</strong>de para uma aliança entre as oligarquias regionais<br />

amazônicas e os estamentos <strong>da</strong> burocracia federal, tanto civil como militar.<br />

Assim como em 1903, o Acre foi federalizado, isto é, o poder sobre<br />

seu território foi colocado sob o controle <strong>da</strong> burocracia civil e militar do<br />

Rio de Janeiro, em 1943 também serão federaliza<strong>da</strong>s áreas dos estados do<br />

Amazonas, do Pará e do Mato Grosso e criados novos Territórios Federais<br />

(Rio Branco, depois Roraima; Amapá e Guaporé, depois Rondônia), além<br />

de ratificar­se o mesmo estatuto para o Acre.<br />

Em 1942, foi criado o Banco <strong>da</strong> Borracha, mais tarde substituído pelo<br />

Banco de Crédito <strong>da</strong> Amazônia S.A., que passa a exercer o monopólio de<br />

compra e ven<strong>da</strong> dessa mercadoria. São alijados desse processo os<br />

comerciantes <strong>da</strong>s casas aviadoras de Manaus e Belém que não deixam de<br />

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