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11 DOS CORONÉIS DE BARRANCO - Biblioteca da Floresta

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O historiador Pedro Martinello assinala que já<br />

‘a partir de 1944 nota­se um movimento de<br />

acomo<strong>da</strong>ção tendente a aplacar os ânimos <strong>da</strong><br />

combativa classe produtora amazônica. Seja,<br />

talvez, pelo desafogo ocasionado pelo sucesso<br />

<strong>da</strong> borracha sintética nos EUA, ou ain<strong>da</strong><br />

porque os ianques já planejavam se desengajar<br />

dos mais dispendiosos projetos do programa <strong>da</strong><br />

borracha, o fato é que, aos poucos, tal<br />

tendência de compatibilização e absorção do<br />

comércio local vai ganhando adeptos, não<br />

apenas entre as autori<strong>da</strong>des brasileiras mas,<br />

ain<strong>da</strong> mais, entre o pessoal americano.’<br />

(Martinello, 1988 : 277).<br />

Figura 39 – Caminhão transportando colonos e respectivos produtos<br />

<strong>da</strong> colônia José Guiomard dos Santos para o mercado de Rio Branco.<br />

(Localizar no texto a referência <strong>da</strong> figura)<br />

O Sr. F. McCann Jr. revela­nos, com seu riquíssimo depoimento,<br />

como se imbricam as escalas local, regional, nacional e internacional<br />

conformando a Territoriali<strong>da</strong>de dos Coronéis de Barranco no pós­guerra..<br />

‘As tentativas faliram durante a guerra para<br />

acabar com o tradicional sistema comercial de<br />

relações que vigiam na Amazônia, optando pela<br />

ven<strong>da</strong> de suprimentos diretamente aos<br />

seringalistas ou pelo financiamento<br />

diretamente ao próprio extrator.<br />

O tradicional sistema de crédito e as<br />

relações sociais entre os seringalistas e as<br />

casas aviadoras, e entre o seringalista e o<br />

extrator­seringueiro, eram por demais sóli<strong>da</strong>s<br />

e arraiga<strong>da</strong>s para que pudessem ser<br />

substituí<strong>da</strong>s num passe de mágica.<br />

A formação de cooperativas e a extensão do<br />

crédito diretamente ao seringueiro viriam<br />

eliminar o seringalista­comerciante e a<br />

segurança que ele, de qualquer maneira,<br />

representava. Ademais, tanto o caboclo<br />

amazonense, bem como o sertanejo nordestino<br />

não se achavam preparados para substituir um<br />

patrão de carne e osso por uma impessoal<br />

agência governamental. Além do mais, tais<br />

agências não possuíam dias santos, nem<br />

promoviam as festas e bailes domingueiros nos<br />

quais os seringueiros <strong>da</strong>vam vasão a alguma<br />

vi<strong>da</strong> social’ (McCann,. apud Martinello, op. cit.: 278).<br />

É impressionante a afini<strong>da</strong>de de visão que as autori<strong>da</strong>des norte­<br />

americanas passavam a ter <strong>da</strong> Amazônia com aquela expressa no<br />

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