15.04.2013 Views

11 DOS CORONÉIS DE BARRANCO - Biblioteca da Floresta

11 DOS CORONÉIS DE BARRANCO - Biblioteca da Floresta

11 DOS CORONÉIS DE BARRANCO - Biblioteca da Floresta

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

<strong>da</strong>va suporte à produção de borracha era uma economia que transcendia a<br />

lógica mercantil e que estava posta pelas famílias de ‘camponeses <strong>da</strong><br />

floresta’, como tão bem caracterizou Mauro Almei<strong>da</strong>. Como será visto, o<br />

Coronel de Barranco não resistirá às mu<strong>da</strong>nças no contexto sociopolítico<br />

que começa a alterar a geografia econômica interna <strong>da</strong> borracha, sobretudo<br />

a partir dos anos1970.<br />

Já em 1958, o capital internacional fará sentir todo o peso <strong>da</strong>s suas<br />

determinações ao pressionar o governo brasileiro a extinguir o monopólio<br />

estatal de importação <strong>da</strong> borracha, o que é obtido pelo Decreto nº 44.728<br />

de 22 de outubro de 1958, assinado pelo então Presidente Juscelino<br />

Kubitschek. Não vejamos aqui, portanto, a afirmação de uma<br />

racionali<strong>da</strong>de técnica e econômica se impondo mas, insistimos, novas<br />

relações sociopolíticas, novas alianças que redefinem as marcas na terra,<br />

as geografias, alijando determina<strong>da</strong>s regiões e afirmando outras.<br />

Um analista <strong>da</strong>s políticas liga<strong>da</strong>s ao setor de borracha, Nelson Prado<br />

Alves Pinto, assim caracterizou o quadro sociopolítico<br />

‘... o suicídio do Presidente Vargas, o<br />

arrefecimento do movimento nacionalista e a<br />

franca abertura <strong>da</strong> economia nacional ao<br />

capital estrangeiro durante o Governo<br />

Juscelino Kubitschek (1956­1960) resultou, no<br />

que se refere à questão gomífera, no<br />

favorecimento <strong>da</strong>s grandes companhias<br />

produtoras de pneumáticos. Assim, o monopólio<br />

<strong>da</strong> comercialização <strong>da</strong> borracha até então<br />

exercido pelo Banco de Crédito <strong>da</strong> Borracha,<br />

foi revogado no tocante à importação dos<br />

elastômeros necessários à complementação do<br />

abastecimento nacional. Isto significava que,<br />

fixa<strong>da</strong> as proporções globais de borracha<br />

nacional e estrangeira a serem utiliza<strong>da</strong>s<br />

durante o ano (tarefa que cabia à Comissão<br />

Executiva de Defesa <strong>da</strong> Borracha), facultava­se<br />

aos fabricantes de artefatos de borracha, do<br />

setor pesado, a importação direta, com redução<br />

de direitos aduaneiros, <strong>da</strong> parcela suplementar<br />

ao seu consumo de borracha nacional’ 18 .<br />

Tabela – PREÇO DA BORRACHA<br />

E, mais, o Estado continuou com o monopólio de compra e ven<strong>da</strong> <strong>da</strong><br />

borracha nacional e, portanto, mantendo as condições de determinação<br />

18 Cf. PINTO, N. P.A. Evolução e consequência <strong>da</strong> política <strong>da</strong> borracha no Brasil. (Falência <strong>da</strong><br />

Borracha Vegetal). Campinas: Unicamp, 1980. p.134­135.<br />

251

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!