Curso Intensivo de Pós-Graduação em Administração - ECG / TCE-RJ
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2.4 O Período D<strong>em</strong>ocrático (1945- 1964)<br />
Após a <strong>de</strong>rrubada <strong>de</strong> Vargas é eleito presi<strong>de</strong>nte do Brasil o general Eurico Gaspar Dutra. A<br />
Constituição <strong>de</strong> 1946 manteve as conquistas sociais do período anterior e garantiu os<br />
tradicionais direitos civis e políticos. A influência <strong>de</strong> Vargas marcou todo o período, que<br />
acabou sendo eleito pelo voto popular <strong>em</strong> 1950. Seu segundo governo foi marcado por<br />
radicalização populista e nacionalista, que contava com apoio dos trabalhadores, <strong>de</strong> sua<br />
máquina sindical, do Exército, do <strong>em</strong>presariado nacionalista, da intelectualida<strong>de</strong> e do PTB.<br />
A oposição vinha dos liberais agrupados na União D<strong>em</strong>ocrática Nacional (UDN), dos<br />
militares anticomunistas, do <strong>em</strong>presariado brasileiro ligado ao capital internacional e do<br />
próprio capital internacional, representado pelas gran<strong>de</strong>s multinacionais do petróleo.<br />
Petróleo, política sindical e trabalhadores foram as causas dos principais enfrentamentos<br />
políticos que resultaram na conspiração da oposição para <strong>de</strong>rrubar o presi<strong>de</strong>nte, exigindo a<br />
sua renúncia. Entretanto, Vargas preferiu se matar. A reação popular foi imediata e mostrou<br />
que mesmo na morte o prestígio do ex-presi<strong>de</strong>nte mantinha-se intacto, Vargas tornara-se um<br />
herói popular <strong>de</strong>vido a sua política trabalhista.<br />
Após a morte <strong>de</strong> Vargas, seguiram-se golpes e contragolpes para garantir ou impedir a posse<br />
<strong>de</strong> Juscelino Kubitschek. Apesar da oposição civil e <strong>de</strong> revoltas militares, a habilida<strong>de</strong> do<br />
novo presi<strong>de</strong>nte permitiu-lhe dirigir o governo mais dinâmico e <strong>de</strong>mocrático da história<br />
republicana. O Estado investia <strong>em</strong> obras <strong>de</strong> infra-estrutura e procurou atrair capital privado<br />
nacional e estrangeiro para promover a industrialização do país.<br />
Os conflitos do último governo <strong>de</strong> Vargas não tinham <strong>de</strong>saparecidos, mas eram amortecidos<br />
pelas altas taxas <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento econômico, que girava <strong>em</strong> torno <strong>de</strong> 10% ao ano, que<br />
distribuíam benefícios a todos, operários e patrões, industriais nacionais e estrangeiros. O<br />
salário mínimo real atingiu seus índices mais altos. Apesar <strong>de</strong> tudo, os trabalhadores rurais<br />
permaneceram <strong>de</strong> fora da legislação trabalhista e sindical.<br />
O governo <strong>de</strong> Kubitschek se traduziu <strong>em</strong> uma política <strong>de</strong> conciliação <strong>de</strong> interesses, e mesmo<br />
ao final do período, quando começaram a surgir sinais <strong>de</strong> dificulda<strong>de</strong>s, Juscelino encerrou o<br />
seu mandato <strong>em</strong> paz, elegendo o seu sucessor Jânio Quadros, <strong>em</strong> 1960. Seu governo foi curto.<br />
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