Curso Intensivo de Pós-Graduação em Administração - ECG / TCE-RJ
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7 CONCLUSÃO<br />
Tentamos mostrar com este trabalho, que preferimos chamar exercício <strong>de</strong> reflexão, que a<br />
mudança é a tônica da História da humanida<strong>de</strong>. Estamos <strong>em</strong> constante reelaboração <strong>de</strong> nós<br />
mesmos quando incorporamos novas maneiras <strong>de</strong> nos organizar – criação do Estado -, quando<br />
enten<strong>de</strong>mos que todos os homens são portadores <strong>de</strong> uma igualda<strong>de</strong> essencial – criação dos<br />
direitos humanos – ou mesmo quando perceb<strong>em</strong>os, através do sofrimento, que somente o b<strong>em</strong><br />
comum po<strong>de</strong>rá superar o caos <strong>em</strong> que está mergulhada a humanida<strong>de</strong>, <strong>em</strong> especial a socieda<strong>de</strong><br />
brasileira.<br />
Percorr<strong>em</strong>os um longo caminho <strong>de</strong> cento e setenta e oito anos <strong>de</strong> história do Brasil e<br />
verificamos que a libertação dos escravos não trouxe consigo a igualda<strong>de</strong> efetiva. Essa<br />
igualda<strong>de</strong> era afirmada nas leis, mas negada na prática. Até hoje a população negra ocupa<br />
posição inferior <strong>em</strong> todos os indicadores <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida. É a parcela menos educada da<br />
população, com os <strong>em</strong>pregos menos qualificados e menores salários e com os piores índices<br />
<strong>de</strong> ascensão social.<br />
Os progressos são inegáveis, mas falta um longo caminho. As mudanças trazidas pelo<br />
renascimento liberal <strong>de</strong>senvolveram a cultura do consumo entre os excluídos que não quer<strong>em</strong><br />
ser cidadãos, mas sim consumidores. É a cidadania pregada pelos novos liberais. E a cultura<br />
do consumo dificulta o <strong>de</strong>satamento do nó, que torna tão lenta a marcha da cidadania entre<br />
nós impedindo a redução das <strong>de</strong>sigualda<strong>de</strong>s e o fim da divisão dos brasileiros <strong>em</strong> castas<br />
separados pela educação, pela renda, pela cor.<br />
A Constituição <strong>de</strong> 1988, endossa <strong>de</strong> forma explícita a concepção cont<strong>em</strong>porânea <strong>de</strong> cidadania,<br />
afinada com as novas exigências da <strong>de</strong>mocracia e fundada no duplo pilar da universalida<strong>de</strong> e<br />
indivisibilida<strong>de</strong> dos direitos humanos, também entrega ao Estado e ao cidadão – <strong>de</strong> forma<br />
implícita – a tarefa <strong>de</strong> educar (<strong>de</strong>ver) e ser educado (direito) <strong>em</strong> direitos humanos e cidadania.<br />
Assim, os compromissos expressos na Constituição colocam-nos a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> superação<br />
das <strong>de</strong>sigualda<strong>de</strong>s educacionais observadas na socieda<strong>de</strong> brasileira, ao <strong>de</strong>finir a educação<br />
como um direito social garantindo a igualda<strong>de</strong> <strong>de</strong> condições para acesso e permanência na<br />
escola com um padrão mínimo <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> para todos.<br />
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