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Seu - Geia Plural

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Que outra cidade no Brasil terá sido tão celebrada, em<br />

prosa e verso, quanto São Luís do Maranhão? O Rio de<br />

Janeiro, talvez, por muito tempo capital política do País<br />

e, ainda hoje, centro de referência número um da cultura<br />

nacional. Talvez a Bahia, a cidade do Salvador, sobretudo<br />

através da recriação imaginária de Jorge Amado. O Recife,<br />

quem sabe...<br />

Que motivos encontraram, na capital maranhense, quantos<br />

por ela se encantaram, desde quando aqui se estabeleceram<br />

os primeiros colonizadores? Falando bem, como<br />

Claude d’Abbeville e Simão Estácio da Silveira (um, dando<br />

por certo que esta era a melhor terra dos domínios<br />

portugueses, o outro, afirmando que por esses lados do<br />

mundo Deus inaugurara o Paraíso Terrestre), ou falando<br />

mal (conforme era o gosto do Padre Antônio Vieira, para<br />

quem o Maranhão e seus colonos faziam uma amostra do<br />

inferno, deixada na terra por Deus como aviso prévio aos<br />

pecadores), fato é que a cidade de São Luís poderia ser reconstituída,<br />

sem dificuldade, em sua paisagem física e social,<br />

pelo que dela registraram os seus homens de letras,<br />

apagados quando fossem outros os vestígios que a distinguem<br />

como das mais documentadas entre as criações urbanas<br />

em chãos do Brasil.<br />

Mérito deles, escritores, desde as ficções do Padre Vieira,<br />

até Aluísio Azevedo e Josué Montello? Sim, sem dúvida,<br />

dado o pendor para as artes da escrita exibido pelos naturais<br />

da terra e por outros mais que para cá manobraram<br />

o próprio destino, a partir de João de Barros, donatário da<br />

Capitania do Maranhão, gramático e primeiro romancista<br />

da língua portuguesa. Certo, porém, a cidade mesma, por<br />

aliciamentos que remontam à memória de sua gente, sua<br />

antropologia, sua arquitetura, sua geografia, escancara-se<br />

como obra de arte ao sol do equador, cenário e convite a que<br />

a imaginação se acenda, e acrescente, à riqueza da história<br />

e de seu panorama largo, o teatro da invenção literária,<br />

cujas figuras nos levam ao reencontro dos atores reais que<br />

fizeram os quatro séculos da Cidade quatrocentona.<br />

É o que pretendemos demonstrar com esta recolta de<br />

trechos de romances maranhenses, que nos propiciarão o<br />

Índice<br />

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