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Seu - Geia Plural

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Pastores de Natal – A começar no dia 23 do corrente, realizar-se-ão<br />

danças de pastores artisticamente armado no<br />

Estaminet da Estrada de Ferro em frente à estação Central<br />

da Companhia Ferro-Carril. Será facultado grátis o ingresso<br />

às exmas. famílias que se dignarem comparecer e também<br />

aos cavalheiros que dentro do Estaminet encontrarão<br />

cerveja fria, café, chocolate, cariru e frios que serão servidos<br />

por preços módicos<br />

Os Reis d’Avenice – Sairão hoje a cantar a tradicional<br />

vinda dos Magos os conhecidíssimos Reis d’Avenice, que<br />

tão apreciados foram no ao passado. Onde houver cerveja<br />

aí estarão eles glorificando Baltazar, Belchior e Gaspar,<br />

conforme nos informaram. Preparem-se para recebê-los<br />

condignamente as pessoas que tiverem deles cartões de<br />

aviso. E que o luar e as estrelas os acompanhem na sua<br />

peregrinação noturna.<br />

Hoje são outras as celebrações alusivas à época natalina.<br />

É que a cultura, expressão dinâmica da vida e espelho tridimensional<br />

do que, no povo, corresponde às exteriorizações<br />

de sua vitalidade, recicla-se permanentemente, ajustando-<br />

-se ao fluir do tempo, em sua marcha recriadora. Entretanto<br />

permanece a mesma a alma lúdica do nosso povo, representada<br />

por suas danças, seus festejos, suas inúmeras<br />

“brincadeiras”. (1989: 178, 179)<br />

Mas como disse Jomar Moraes, outras são as formas de<br />

festejar hoje o Natal; já não há mais os pastoris, os presépios<br />

e lapinhas. Temos o Papai Noel, que até tem origem cristã no<br />

velho bispo e depois santo Nicolau, mas que hoje é só uma<br />

personagem do imaginário popular que traz os presentes<br />

para as crianças e ajuda a aquecer as vendas natalinas...<br />

Cristo? Este já não aparece mais em primeiro plano, mas,<br />

às vezes, quando aparece, é um mero ator coadjuvante. O<br />

consumismo tomou o lugar do sentimento de fraternidade<br />

e união que dava ao Natal o ar de festa familiar. Agora o comércio<br />

reina absoluto onde antes reinava um Deus recém-<br />

-nascido.<br />

Porém, é tempo de lamentar-se? É tempo de acabar esta<br />

crônica repetindo a fina ironia do Bruxo do Cosme Velho:<br />

Índice<br />

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