SERVIÇO DE APOIO JURÍDICO – SAJU: - AATR
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Como diria Japiassu (1974, p. 107) a ciência só nos fornece conhecimento<br />
provisório e aproximado. Para, temporariamente, encerrar essa discussão epistemológica<br />
sobre a sua questão central: a possibilidade do conhecimento, adotaremos o pensamento de<br />
Morin (2001; 59), “conhecer e pensar não é chegar a uma verdade absolutamente certa,<br />
mas dialogar com a incerteza.”<br />
Portanto, o <strong>SAJU</strong> adiante apresentado representa uma construção teórica e<br />
científica, à luz das vivências e da subjetividade do autor. E, provavelmente, este Núcleo só<br />
poderá ser factível para aqueles que viveram, tão intensamente como o autor, aquele<br />
momento histórico. Ocorre, ainda, que esta paixão pública pelo objeto impõe ao autor o<br />
dever de sistematizar e organizar a experiência, com a pretensão de socializar esta vivência<br />
acadêmica, que talvez não pode mais ocorrerá nas gerações seguintes do <strong>SAJU</strong>.<br />
Devemos, também, elucidar as dificuldades que perduraram durante toda a<br />
elaboração da monografia, decorrentes da mesma causa: pouco tempo. A presente pesquisa<br />
foi elaborada em menos de cinco meses. Conseqüentemente, teve prejudicada a pesquisa<br />
histórica sobre o Núcleo de Assessoria Jurídica do <strong>SAJU</strong>, que contou apenas com os<br />
relatórios que existiam no arquivo da entidade. Da mesma forma, as entrevistas ou<br />
consultas aos sajuanos foram insuficientes. As dificuldades em identificar os referenciais<br />
teóricos foram intensas no tocante à concepção crítica do Direito, haja visto que não havia<br />
qualquer registro que oferecesse caminho para esta identificação. Apesar destes<br />
contratempos, pensamos que conseguimos, ainda que superficialmente, apresentar para a<br />
Faculdade de Direito da UFBA a experiência do Núcleo de Assessoria do <strong>SAJU</strong>, evitando o<br />
desperdício da experiência.<br />
Feitas as devidas ressalvas, restrições e precauções podemos seguir agora para<br />
a substância da monografia.<br />
1.5. Divisão da Monografia.<br />
A monografia está dividida em cinco partes: primeiro capítulo de apresentação<br />
- intróito necessário; segundo capítulo, origem e significado do Núcleo de Assessoria: um<br />
locus de crítica ao Direito; terceiro capítulo, atividades desenvolvidas: uma prática de<br />
Assessoria Jurídica Popular; quarto capítulo, Projeto Monitoramento no Recôncavo: uma<br />
experiência de Educação Jurídica Popular; quinto capítulo, uma conclusão principiológica.<br />
Como já dito, pretendemos, ao longo desta monografia, apresentar a<br />
experiência do Núcleo de Assessoria do <strong>SAJU</strong> para a Faculdade de Direito da UFBA. Para<br />
tanto, analisaremos os referenciais teóricos adotados por este Núcleo, procurando<br />
identificá-los na práxis do Núcleo de Assessoria, mediante uma correlação entre prática e<br />
teoria. Assim, no segundo capítulo, apresentaremos a origem e o objetivo do Núcleo de<br />
Assessoria, correlacionado com sua pretensão de trabalhar o Direito como instrumento de<br />
transformação social, isto é, uma concepção crítica do Direito. No terceiro, discorremos<br />
acerca das atividades sajuanas nos oito anos de existência deste Núcleo, estabelecendo uma<br />
relação entre esta prática e a proposta teórica da Assessoria Jurídica Popular. No quarto<br />
capítulo, analisaremos o Projeto Monitoramento no Recôncavo como uma experiência<br />
piloto do Núcleo de Assessoria, sob o marco teórico da Educação Popular. O último<br />
capítulo abordará a correlação entre os princípios do <strong>SAJU</strong> e as conclusões inferidas dos<br />
capítulos anteriores.<br />
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