tese - A Oralidade em sala de aula....pdf - RUN UNL
tese - A Oralidade em sala de aula....pdf - RUN UNL
tese - A Oralidade em sala de aula....pdf - RUN UNL
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
A compreensão oral é uma competência que visa, numa primeira fase, uma<br />
aquisição progressiva <strong>de</strong> estratégias <strong>de</strong> escuta que garantam, numa segunda fase, uma<br />
melhor compreensão dos enunciados recebidos e produzidos. A palavra, a frase, o<br />
tom, a voz, os gestos <strong>de</strong>v<strong>em</strong> ser claramente percebidos e assimilados. Qu<strong>em</strong> ouve,<br />
precisa <strong>de</strong> enten<strong>de</strong>r a mensag<strong>em</strong> para que saiba o que fazer com a informação que lhe<br />
é transmitida. Não nos pod<strong>em</strong>os esquecer <strong>de</strong> que a comunicação oral na <strong>aula</strong> <strong>de</strong>ve ter<br />
<strong>em</strong> conta o público-alvo, sendo <strong>de</strong>ver do professor a<strong>de</strong>quá-la a todos e a todas as<br />
situações, <strong>de</strong> maneira que seja entendida e respeitada.<br />
Cabe-nos a nós professores, dar aos nossos alunos as ferramentas necessárias<br />
para que estes possam ter sucesso, no presente e no futuro. Façamos com que as<br />
palavras escritas por José Saramago, <strong>em</strong> Ca<strong>de</strong>rnos <strong>de</strong> Lanzarote, Diário V, sejam<br />
apenas um <strong>de</strong>sabafo e não uma realida<strong>de</strong>:<br />
(…) <strong>em</strong> rigor, a escola, que tão mal ensina a escrever, não ensina, <strong>de</strong> todo, a falar. A<br />
aprendizag<strong>em</strong> el<strong>em</strong>entar da fala e o <strong>de</strong>senvolvimento da língua estão entregues às<br />
famílias, ao meio técnico e cultural <strong>em</strong> que a criança vai crescer, o que <strong>em</strong> si mesmo<br />
não é um mal, uma vez que é assim que costuma <strong>de</strong>correr todo o processo <strong>de</strong><br />
aprendizag<strong>em</strong>, pelo ex<strong>em</strong>plo e pela ex<strong>em</strong>plificação, sucessivos e constituidores. Mas a<br />
escola, ao não intervir no processo da edificação da fala, d<strong>em</strong>ite-se <strong>de</strong> uma<br />
responsabilida<strong>de</strong> que <strong>de</strong>veria ser a primeira a reivindicar e, pelo contrário, vai receber<br />
o influxo negativo dos surtos <strong>de</strong>generativos externos, assim «oficializando»,<br />
indirectamente, o vicioso e o errado conta o exacto e o harmonioso. E é facilmente<br />
verificável que a escola não só não ensina a falar, como fala mal ela própria. (p.198)<br />
CAPÍTULO I<br />
Importância da oralida<strong>de</strong> no quotidiano e na <strong>sala</strong> <strong>de</strong> <strong>aula</strong><br />
I.1. Teorização da probl<strong>em</strong>ática<br />
A competência oral é a primeira a ser adquirida e trabalhada pelo ser humano.<br />
Com ela, inicia o seu primeiro contacto com o mundo exterior. Através da oralida<strong>de</strong> vai<br />
po<strong>de</strong>r comunicar, interagir, viver <strong>em</strong> socieda<strong>de</strong>.<br />
Com a entrada no meio escolar vai po<strong>de</strong>r apren<strong>de</strong>r a distinguir as diferentes<br />
utilizações das linguagens formais e informais e saber usá-las nas suas produções orais.<br />
12