A garganta do diabo - Cabine Cultural
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Capítulo Vinte e Cinco<br />
Encerra<strong>do</strong> o assunto com Sara, Ubal<strong>do</strong> tão logo<br />
desligou o fone, tornou a ligar, dessa vez a Paulo Sérgio.<br />
- Paulo Sérgio! Tens li<strong>do</strong> os jornais nestes últimos <strong>do</strong>is<br />
dias?<br />
- Andei ocupa<strong>do</strong> com os detalhes <strong>do</strong> carregamento para<br />
Corumbá, não tive tempo suficiente para a leitura.<br />
- Como? Você devia reservar um tempo para saber<br />
sobre os anúncios da imobiliária, ou nem passou para ver como<br />
estão os negócios?<br />
- Como já disse, estive ocupa<strong>do</strong>.<br />
- Você não pergunta nada à mulher?<br />
- Não estive com Sara, passei as noites com Otávio.<br />
- Ora essa, meu caro, então compro um apartamento,<br />
ponho uma mulher para morar contigo, adquiro uma imobiliária,<br />
encarrego você de tomar conta e tens coragem de deixar Sara<br />
fazer negócios sem teu conhecimento? Gritou.<br />
- Foi o que tratamos!<br />
- Como você pode confiar naquela mulher, Paulo<br />
Sérgio? Por causa da tua comodidade, sabia que Sara realizou um<br />
negócio sem nos informar e tal transação pode trazer certos<br />
transtornos à imobiliárias?<br />
- Sara não seria capaz de nos prejudicar, não acredito<br />
nessa hipótese.<br />
- Mas se não fosse minha interferência, a mulher iria<br />
concluir um negócio e manter-se quieta, levan<strong>do</strong> um bom lucro<br />
sem a participação da imobiliária!<br />
- Quem estava venden<strong>do</strong> as propriedades?<br />
- É o que você deve descobrir! Ela, segun<strong>do</strong> o contrato<br />
que firmou, não pode informar a identidade <strong>do</strong> vende<strong>do</strong>r. Possui<br />
uma procuração para tratar das <strong>do</strong>cumentações. Você deve estar<br />
presente no fechamento <strong>do</strong> negócio e exigir de Sara que<br />
apresente o proprietário. Eu adquiri to<strong>do</strong>s os bens. Desconfio que<br />
seja alguém queren<strong>do</strong> dar o golpe.<br />
- Será que pode ser alguém <strong>do</strong>s nossos colabora<strong>do</strong>res?<br />
- É justamente o que eu penso. To<strong>do</strong>s os bens são<br />
oriun<strong>do</strong>s de antigos negócios nossos. Aqueles apartamentos de<br />
Chapecó!<br />
- É fácil descobrir, foram compra<strong>do</strong>s na época que<br />
Otávio viajou à Bolívia e o carregamento deu aquele enorme<br />
lucro.<br />
- Sei, mas sabe como eles são: vendem e compram bens<br />
sem se importarem com <strong>do</strong>cumentos, nem com compra<strong>do</strong>res.<br />
- Pois é! Não conheço direito meus companheiros<br />
quanto a esses detalhes. Estão sempre sem nada, vivem pedin<strong>do</strong><br />
dinheiro, até para os cigarros!<br />
- O que fazem com o que lhes pagamos?