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A garganta do diabo - Cabine Cultural

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- Certamente que não, Sara, preciso vendê-la para<br />

compensar a perda <strong>do</strong>s meus bens. É a lei da reação. Não diga<br />

que liguei e se perguntarem por mim, mantenha-se serena. Seja a<br />

empresária que tanto sonhou.<br />

- Como você mu<strong>do</strong>u seu plano? E como pensas que me<br />

sinto, de repente me colocas contra meu namora<strong>do</strong>! Tenho que<br />

defender você! Vais-me por louca! Ai de mim quan<strong>do</strong> Ubal<strong>do</strong><br />

souber que a viagem de Paulo Sérgio não salvou Francisco. Você<br />

foi antes a Foz?<br />

- Como és inteligente Sara! Sim, fiz o trabalho; visitei<br />

as Cataratas decolei numa boa. Atendi o telefonema de Ubal<strong>do</strong><br />

quan<strong>do</strong> acabei de estrangular Francisco, aí já não havia o que<br />

fazer!<br />

- E o avião?<br />

- Um avião nada custa para Ubal<strong>do</strong>, esse grande polvo,<br />

que representa a empresa. Vou vender a carga e depois tacar fogo<br />

nesse aparelho. Ele precisa correr muito, para conseguir me<br />

agarrar. Sara, acredite que eu te amo, é a primeira vez que digo<br />

isso a uma mulher. Você salvou a minha vida com esse<br />

telefonema, por isso te amo ainda mais, mesmo saben<strong>do</strong> que não<br />

nos veremos mais.<br />

- Não diga isso, Otávio! Lógico que você pode pensar<br />

melhor e talvez negociar com Paulo Sérgio!<br />

- O que se pode fazer, Sara? Estou na rua, tenho apenas<br />

essa carga e esse aparelho, pois meus bens, Ubal<strong>do</strong> acaba de<br />

surrupiar.<br />

- Talvez ele não queira que a lei saiba <strong>do</strong> verdadeiro<br />

objetivo da empresa. Qualquer testemunha que houver será um<br />

perigo a to<strong>do</strong>s.<br />

- Eu não posso provar nada, Sara. Estaria me<br />

entregan<strong>do</strong> também.<br />

- Você não tem um amigo de confiança a quem passar<br />

esta procuração?<br />

- O que quer dizer com isso, Sara?<br />

- Que se passassem os bens em nome de outro, eu<br />

poderia dizer que os bens são de outra pessoa, essa pessoa então,<br />

passaria outra procuração para Ubal<strong>do</strong>. Aí eu me livro de dizer<br />

que é você o <strong>do</strong>no, e você não se esconde, poden<strong>do</strong> levar a carga<br />

até Foz <strong>do</strong> Iguaçu e receber teu dinheiro pelo trabalho.<br />

- Agora eu estou longe, Sara. Não tens um amigo que<br />

possa fazer esse favor a você?<br />

- Vou pensar Otávio. Talvez aquele garoto que Mônica<br />

está paqueran<strong>do</strong> aceite!<br />

-Então, não perca tempo, Sara! Consiga esse favor.<br />

Cuida<strong>do</strong> com as datas das procurações. No fim eles têm que me<br />

procurar para assinar as escrituras. Então o lance está faltan<strong>do</strong><br />

para salvar minha dama e meu rei <strong>do</strong> xeque-mate será esse!<br />

- Pode decolar tranqüilo para Foz <strong>do</strong> Iguaçu que eu não<br />

disse a Ubal<strong>do</strong> quem era o vende<strong>do</strong>r.

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