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A garganta do diabo - Cabine Cultural

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ações <strong>do</strong> grupo, havia avisa<strong>do</strong> Paulo, mas para que? Para fazer<br />

parte e poder chantagear, em possíveis favores.<br />

- Paulo Sérgio há umas reclamações de Marcos André<br />

que precisamos esclarecer. Decidiu Ubal<strong>do</strong>, convidan<strong>do</strong> o<br />

sobrinho para o escritório.<br />

- O que descobriu! Tio?<br />

- Há algo grave. Marcos anda acusan<strong>do</strong> você de<br />

bisbilhotar a vida de to<strong>do</strong>s, inclusive <strong>do</strong>s peões.<br />

- Claro! Quero saber o que anda conversan<strong>do</strong>, afinal foi<br />

para isso que o senhor me trouxe para o canteiro de obras.<br />

- Garoto, você não sabe ser discreto? Vá lá, disfarce,<br />

ouça o que dizem na hora de descansar, mas não se intrometa nos<br />

andamentos das obras, isso compete ao engenheiro e sua equipe,<br />

mestre de obra! O quê nós sabemos fazer? Matar, roubar, traficar<br />

e gastar, nada mais! Então obedeça ao tio, vai, não crie caso com<br />

aquele engenheiro! Foi mais ou menos isso que planejamos.<br />

Agora, bem, temos que dar um jeito em Marcos André. Ele é<br />

muito estranho, além disso, se faz de mal entendi<strong>do</strong>, no fun<strong>do</strong> é<br />

muito inteligente e para colocar tu<strong>do</strong> a perder é só continuar<br />

pesquisan<strong>do</strong>!<br />

- Vamos abrir mão <strong>do</strong> andamento das obras?<br />

Preocupou-se Paulo Sérgio.<br />

- Não, meu caro, vai acontecer um acidente, a<br />

imobiliária, troca de engenheiro e continuamos viven<strong>do</strong>!<br />

- Logo agora que conhecemos aquela jóia de esposa.<br />

- Ela entra no mesmo barco. Infelizmente não podemos<br />

poupar, são duas almas curiosas que nos afligem.<br />

- Mas ela não precisa saber, poderíamos poupá-la, eu<br />

terei o prazer de encaminhá-la novamente ao bom caminho!<br />

-Se fosse assim, sobrinho, quem tem o direito de<br />

agradá-la sou eu, a mim pertenceria à primeira conquista.<br />

- Será um salve-se quem puder. Tio! Só sei dizer que é<br />

pena, uma mulher linda e graciosa como Adriana, pagar pelo<br />

mari<strong>do</strong>.<br />

- É a lei, com quem andamos seus peca<strong>do</strong>s: também<br />

pagamos.<br />

- Se eu mudasse minha conduta, passasse a agradar o<br />

engenheiro, será que ele levaria adiante seu projeto?<br />

- Correr contra o vento, sobrinho, não adianta, ele voa e<br />

nós por mais que sejamos rápi<strong>do</strong>s, nos alcançará e,<br />

consequentemente nos arrastará ao abismo. Melhor fecharmos a<br />

casa, então ele não terá força suficiente para nos derrubar.<br />

- Sinto muito por Adriana, bem que podíamos poupá-la!<br />

- Bandi<strong>do</strong> não poupa sobrinho, lembre-se disso!<br />

Adriana, a moça singela, estava marcada. Se o mari<strong>do</strong> a<br />

traía, seu amante há de traí-la. Paulo Sérgio havia deixa<strong>do</strong> o<br />

escritório com esta incumbência e ela ali no corre<strong>do</strong>r a esperá-lo.<br />

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