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A garganta do diabo - Cabine Cultural

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-Faça isso, Ubal<strong>do</strong>, quero estar certa que a lei esteja a<br />

par, ligue agora, quero ouvir.<br />

-Vou atender seu pedi<strong>do</strong>, minha querida, pode ficar<br />

tranqüila.<br />

Em seguida Ubal<strong>do</strong> discou um número qualquer e,<br />

antes que atendessem, começou a falar como que se estivessem<br />

ouvin<strong>do</strong>.<br />

-Alô, é da delegacia? A sim, aqui é Ubal<strong>do</strong>, sou o<br />

proprietário da madeireira Oligari, quero fazer um pedi<strong>do</strong><br />

urgente. Um colabora<strong>do</strong>r meu chama<strong>do</strong> Marcos André foi<br />

seqüestra<strong>do</strong>, ou melhor, sumiu. O que?... Endereço?... Sim...,<br />

Não... É Marcos André. Hoje de manhã. É alto corpo atlético,<br />

italiano, mas não muito branco, meio amorena<strong>do</strong>, engenheiro<br />

civil... Até Logo.<br />

-O senhor desligou Ubal<strong>do</strong>? Não forneceu o endereço,<br />

nem o nome <strong>do</strong> prédio!<br />

-As autoridades, Adriana, sabem quanto mais sigilo,<br />

mais fácil para se chegar ao local, precisamos saber onde está e<br />

não onde ele reside. Fique tranqüila que teu mari<strong>do</strong> será<br />

localiza<strong>do</strong> ainda esta tarde, custe o que custar.<br />

- Obrigada, Ubal<strong>do</strong>, não tenho como lhe agradecer.<br />

Dirigiu friamente o olhar direção a Ubal<strong>do</strong>. Certa de que ele<br />

estava fingin<strong>do</strong>. Sentiu um leve tremor no corpo. Então as<br />

lágrimas começaram advir em seu lin<strong>do</strong> rosto.<br />

Paulo Sérgio resolveu levar Adriana para assistir a<br />

queda de Marcos André nas Cataratas. Segun<strong>do</strong> seus cálculos, o<br />

espetáculo seria em torno das dezessete horas.<br />

Adriana! Vamos sair, talvez mais tarde ele apareça,<br />

vamos até as cataratas.<br />

- A questão das cataratas que Marcos André sempre<br />

mencionava? Afirmou ela sarcástica. Lembran<strong>do</strong>-se das palavras<br />

<strong>do</strong> mari<strong>do</strong>.<br />

- O que Marcos comentava? Interessou-se Ubal<strong>do</strong>.<br />

- Que há um grupo, que quan<strong>do</strong> executam suas vítimas,<br />

jogam nas Cataratas.<br />

- É bobagem, mulher, até hoje to<strong>do</strong>s que apareceram<br />

mortos, constatou-se que foi suicídio e, no caso, pessoas que<br />

comprovavam insanidade. Esse povo cria mistério para ter com o<br />

que se ocupar. Acalme-se.<br />

- Você matou meu mari<strong>do</strong> Ubal<strong>do</strong>! Não queira me<br />

enganar que não sou tola! Marcos André sabia de toda sua trama.<br />

Queixou-se Adriana.<br />

- Você não tem provas menina! Melhor calar-se. eu não<br />

tenho nada contra seu mari<strong>do</strong>.<br />

- Porque você agora que defender seu mari<strong>do</strong> Adriana?<br />

Disse que estavam para se separar? Disse-lhe Paulo Sérgio.<br />

- Disse, mas não tinha coragem, depois se nos<br />

separássemos, ele estava aqui para resolver os negócios. Agora,<br />

dessa forma, fica difícil.

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