A garganta do diabo - Cabine Cultural
A garganta do diabo - Cabine Cultural
A garganta do diabo - Cabine Cultural
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
as águas rolarem. Não há como negar que esse empreendimento<br />
não estava de acor<strong>do</strong> à explanação de Paulo Sérgio: primeiro os<br />
passeios, depois os acontecimentos, as aparições, as desculpas<br />
superficiais, contu<strong>do</strong>; o me<strong>do</strong>. Não seria uma aventura,<br />
compreendia que havia algo mais a descobrir.<br />
Por que tu<strong>do</strong> acontece comigo? Perguntava-se Sara.<br />
Quan<strong>do</strong> está diante alguém que pode lhe fornecer da<strong>do</strong>s sobre a<br />
região, auxiliá-la no trabalho escolar. Surge um mistério. Um<br />
homem com todas as referências físicas <strong>do</strong> prazer: belo corpo<br />
atlético, alto, olhos claros, italiano moreno e simpático.<br />
Contradiz-se na comprovação da profissão. Muito mais quan<strong>do</strong><br />
quer agraciar. Muda o discurso conforme o telefonema que<br />
recebe de Ubal<strong>do</strong>.<br />
Finalmente, Dejara recebeu a confirmação, que Sara<br />
podia adentrar na sala, onde Ubal<strong>do</strong> e Paulo Sérgio a<br />
aguardavam Uma atraente decoração. Às paredes novos quadros,<br />
pinturas de galos <strong>do</strong> artista plástico catarinense, Maier Filho.<br />
Havia amplo sofá, uma grande mesa com cadeiras, ao centro para<br />
reuniões.<br />
- Sara deixe te apresentar meu tio Ubal<strong>do</strong>. Sorriu meio<br />
contraditório, Paulo Sérgio.<br />
- Prazer! Sara. Ofereceu a mão e o rosto às saudações,<br />
Ubal<strong>do</strong>.<br />
- O mesmo posso dizer Ubal<strong>do</strong>! Paulo Sérgio deu-me<br />
boas referências. Acredito que não seja exagero.<br />
- Ele pode estar certo, não sei sobre o quê falaram?<br />
- Nada importante. Apenas sobre meu trabalho de<br />
conclusão <strong>do</strong> curso. Então ocorreu que devi<strong>do</strong> ao seu<br />
conhecimento, poderíamos obter informações importantes a<br />
enriquecer nossa pesquisa.<br />
Ubal<strong>do</strong> volveu-se prestativo. Há muito não via diante<br />
de si tamanho encanto. Sempre que apareciam tais beldades, seu<br />
coração ficava generoso. Não há como negar que Sara tenha um<br />
carisma superior às damas costumeiras.<br />
- Sara está participan<strong>do</strong> <strong>do</strong> seminário sobre a Estrada <strong>do</strong><br />
Colono e a ecologia da nossa região, tio. O quê tem a dizer?<br />
Reportou-se Paulo Sérgio.<br />
- Tenho alguns professores conheci<strong>do</strong>s, Sara. Vou<br />
mandar fazer uma pesquisa sobre esse assunto e entregar<br />
mastiga<strong>do</strong> a você. Quan<strong>do</strong> meu sobrinho disse que vinhas, logo<br />
tive uma idéia melhor. Há tempo penso abrir uma filial em<br />
Florianópolis, aliás, tenho alguns negócios, mas nada concreto.<br />
Como meu sobrinho discorreu sobre o seu trabalho, pensei que<br />
poderia ser útil conversarmos.<br />
Sara inclinou-se ao homem que foi apresentada.<br />
Quan<strong>do</strong> Paulo Sérgio referia-se ao tio, pela ansiedade<br />
representada, Ubal<strong>do</strong> seria casmurro, imponente e intolerante<br />
com seus subalternos. Todavia esses conceitos ofuscaram-se<br />
repentinamente e a impressão foi contrária, além de ser