A garganta do diabo - Cabine Cultural
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Empreendimento imobiliário, serraria, comércio,<br />
indústria, sob as ordens de apenas um homem e o auxílio integral<br />
<strong>do</strong> sobrinho.<br />
- Estranho, pensou Marcos André, será que estou<br />
envolvi<strong>do</strong> em alguma empresa suspeita?<br />
Dessa forma, o engenheiro começou a matutar sobre a<br />
possibilidade de pesquisar a quem pertencia toda a rede, se<br />
Ubal<strong>do</strong> agia por conta própria, ou se um grupo maior estava<br />
envolvi<strong>do</strong> por detrás desses negócios.<br />
Se fosse antes, Marcos André poderia contar com o<br />
auxílio de Adriana para dialogar e procurar checar algumas<br />
informações, mas agora a mulher não lhe inspira mais confiança.<br />
Depois que ele havia conheci<strong>do</strong> Sara, Adriana falava<br />
pouco e seu jeito resigna<strong>do</strong> não convinha ser incomoda<strong>do</strong>.<br />
Marcos André sentia-se como um beduíno perdi<strong>do</strong> no deserto.<br />
Talvez se Sara houvesse conheci<strong>do</strong> Adriana em outra<br />
circunstância, as duas poderiam ajudá-lo. Pensamento<br />
complica<strong>do</strong>, amante e senhora auxilian<strong>do</strong> nessa difícil função. Se<br />
conseguisse descobrir o início da trama, em pouco o emaranha<strong>do</strong><br />
poderia ser desvenda<strong>do</strong>. Mas a que serviria? Talvez a nada, mas<br />
se o empreendimento fosse honesto, então, poderia aumentar o<br />
raio de ação e também compartilhar de mais lucros.<br />
Paulo Sérgio havia dias desconfiava de Marcos André.<br />
Este se ocupava muito em assuntos fora da função,<br />
intrometen<strong>do</strong>-se a perguntar a seus subordina<strong>do</strong>s sobre assuntos<br />
relaciona<strong>do</strong>s às demais áreas. Essas desconfianças fizeram de<br />
Paulo Sérgio um observa<strong>do</strong>r direciona<strong>do</strong> ao engenheiro e, em<br />
pouco, Ubal<strong>do</strong> ficou inteira<strong>do</strong> das intenções de seu engenheiro<br />
construtor.<br />
- Não vou dar à sua esposa, Marcos André, a<br />
imobiliária que planejamos em nossa reunião, informou-lhe<br />
Ubal<strong>do</strong>, quan<strong>do</strong> se encontraram no escritório.<br />
- Mais uma arte daquele seu sócio, que teima em querer<br />
que rompamos nossas relações!<br />
- Não, Marcos André, no momento acho precipita<strong>do</strong> o<br />
empreendimento.<br />
- Estranho Ubal<strong>do</strong>! Quan<strong>do</strong> falei que não era bom,<br />
naquele momento, uma imobiliária, o senhor reclamou, dizen<strong>do</strong><br />
que minha esposa compreendia melhor porque havia se gradua<strong>do</strong><br />
em Administração de Empresas, que agora o importante é ser<br />
empreende<strong>do</strong>r, etc.<br />
- Sim, meu caro, na época, daquele encontro, tinha em<br />
mente um projeto para Florianópolis. Acontece, Marcos, que a<br />
concretização <strong>do</strong> esquema planeja<strong>do</strong> requer um estu<strong>do</strong> mais<br />
detalha<strong>do</strong>. Quero confessar a você que acredito sermos amigos e<br />
posso contar com sua confiança. O que comentarmos aqui, morre<br />
entre nós, não gostaria que comentasse com a esposa. Quan<strong>do</strong><br />
montamos qualquer empreendimento, sempre por detrás desse,<br />
estudamos a possibilidade <strong>do</strong> andamento de atividades que<br />
envolvam o crescimento de toda rede, entende?