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96<br />

Os pretos e pardos<br />

aparecem em menor<br />

proporção no topo<br />

do Judiciário, mesmo<br />

quando comparados com<br />

sua participação na<br />

faixa de população com<br />

16 anos de estudo<br />

R ELATÓRIO DE D ESENVOLVIMENTO H UMANO - BRASIL 2005<br />

Gráfico 2 – Distribuição da população adulta total, da população com<br />

16 anos ou mais de estudo e de algumas carreiras,<br />

desagregada por cor/raça autodeclarada em 2000 (em %)<br />

100<br />

80<br />

60<br />

40<br />

20<br />

0<br />

1,4<br />

6,2<br />

91.5<br />

0,9<br />

Juízes e<br />

desembargadores<br />

federais<br />

1,7<br />

14,7<br />

82,6<br />

1,1<br />

Juízes e<br />

desembargadores<br />

estaduais<br />

1,3<br />

11,7<br />

87,0<br />

Defensores<br />

públicos,<br />

promotores e<br />

afins federais<br />

Defensores<br />

públicos,<br />

promotores e<br />

afins estaduais<br />

População<br />

total<br />

População<br />

com 16 anos ou<br />

mais de estudo<br />

Fonte: Censo IBGE 2000 (microdados da amostra).<br />

Elaboração: Cesec/Ucam.<br />

* O percentual 0 para promotores e defensores públicos federais pretos deve-se à ausência de informação na amostra do Censo – o que pode<br />

refletir a pequena participação numérica dos pretos nas referidas ocupações ou problemas da própria amostra.<br />

que estudaram a população negra verificaram que houve migração entre as categorias<br />

de cor/raça quando compararam os censos de 1950, 1980, 1991 e 2000 20 .<br />

Na porta de entrada das polícias estaduais (praças da Polícia Militar, inspetores<br />

e detetives de Polícia Civil), os pretos têm peso maior. Os pardos, que estão<br />

representados eqüitativamente entre detetives da Polícia Civil estadual e da Polícia<br />

Federal, têm presença maciça entre praças da Polícia Militar. Aliás, de acordo com<br />

dados do Censo, negros são majoritários no efetivo policial militar brasileiro – sua<br />

participação é maior do que nas polícias dos Estados Unidos e que nas da África<br />

do Sul, na qual ações afirmativas aumentaram a presença de negros, o que por sua<br />

vez fez crescer significativamente a diversidade nas forças policiais.<br />

Os negros também estão em maior proporção entre polícias de segurança federais<br />

e estaduais; nas guardas municipais chegam a ser maioria. São igualmente mais<br />

numerosas no grupo de guardas, vigias e vigilantes particulares, em proporção superior,<br />

aliás, à de qualquer segmento da segurança pública considerado neste trabalho.<br />

Entre os agentes penitenciários (categoria que não foi possível delimitar com os<br />

dados do IBGE), levantamento preliminar e parcial do Ministério da Justiça mostra<br />

um perfil com sobre-representação de pretos e sub-representação de pardos, quando<br />

comparados com os percentuais da população de nível educacional compatível.<br />

0,0*<br />

1,3<br />

12,6<br />

84,9<br />

1,2<br />

36,7<br />

55,0<br />

2,4<br />

22,4<br />

3,9<br />

71,3<br />

Branca Preta Parda Outra/Ignorada<br />

1,5<br />

6,7<br />

Assim como na<br />

sociedade, as barreiras ao<br />

fenótipo dos indivíduos<br />

atuam na mobilidade de<br />

carreiras no sistema de<br />

justiça criminal, com<br />

efeitos desfavoráveis para<br />

os negros, em comparação<br />

com os brancos<br />

97<br />

Assim, apesar da precariedade das informações, é possível dizer que, no Brasil,<br />

o fenótipo dos profissionais da justiça criminal acompanha o da sociedade como<br />

um todo, mas com alguns agravantes. Os estratos situados no topo da hierarquia<br />

ocupacional são predominantemente preenchidos por brancos, mesmo no caso de<br />

pretos e pardos que dispõem de idêntico grau de escolaridade para o exercício de<br />

funções prestigiadas, como juízes, promotores e defensores públicos. Nesse sentido<br />

aparece com maior força a teoria de que barreiras ao fenótipo dos indivíduos atuam<br />

na mobilidade de carreiras ocupacionais, com efeitos desfavoráveis para pretos e<br />

pardos, em comparação com os brancos. As ocupações de menor renda e prestígio<br />

social têm maior participação de negros, num nível ainda mais acentuado que na<br />

população brasileira. A notável exceção é a Polícia Militar, em que há maior facilidade<br />

de acesso de negros ao topo da hierarquia institucional.<br />

Os dados não são suficientes, porém, para avaliar como esse perfil influencia<br />

o tratamento das pessoas envolvidas com a justiça criminal. As únicas pistas existentes<br />

referem-se à Polícia Militar e levam a crer que, se porventura existe alguma<br />

relação, ela é negativa 21 .Apesar da presença importante de negros na corporação,<br />

as taxas de mortos pela polícia, para cada 100 mil habitantes, são de 1,3 para os<br />

brancos, 2,4 para os pardos e 10,8 para os pretos. O que mais chama atenção, contudo,<br />

é a necessidade de haver uma substancial melhora das informações públicas<br />

relativas à cor no sistema de justiça criminal.<br />

Gráfico 3 – A cor/raça dos agentes do sistema penitenciário (em %)<br />

100<br />

80<br />

60<br />

40<br />

20<br />

0<br />

0,9<br />

20,9<br />

8,2<br />

70,1<br />

Agentes<br />

penitenciários<br />

1,9<br />

24,5<br />

4,0<br />

69,6<br />

População com<br />

11 anos ou mais<br />

de estudo<br />

População<br />

adulta total<br />

População<br />

carcerária<br />

Fontes: Sistema de Informações Penitenciárias (agentes e população carcerária) 2003, do Ministério da Justiça; Censo IBGE 2000 (microdados<br />

da amostra).<br />

Elaboração: Cesec/Ucam.<br />

Obs.: Comparação em 2000 e 2003.<br />

1,5<br />

36,7<br />

6,7<br />

55,0<br />

0,5<br />

34,4<br />

15,0<br />

50,1<br />

Branco Preto Pardo Outro/Ignorado

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