17.04.2013 Views

Caballeros Solitários Rumo do Sol Poente

Caballeros Solitários Rumo do Sol Poente

Caballeros Solitários Rumo do Sol Poente

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

Cap. XXVI - Donde Martin Fierro interfere na sinuca<br />

Voltamos a nos beijar, eu e a mulher <strong>do</strong> Gigante Tatua<strong>do</strong>, beijar, como se diz, beijar<br />

ardentemente, depois que perdi, mais uma vez, para <strong>do</strong>n Campos Viejo, na Sinuca <strong>do</strong> Pesca<strong>do</strong>r,<br />

no districto <strong>do</strong> Baixo Augusta, Conda<strong>do</strong> de la Consolación, nuestra geografia afetiva.<br />

Havíamos esqueci<strong>do</strong> quaisquer símbolos e Medusas e também o sorriso sacana de Chivas,<br />

sim, meu pangaré a quem devo a vida y mucho más.<br />

Puerra, <strong>do</strong>n Campos Viejo fica recitan<strong>do</strong> Martin Fierro, fode, esqueço a caçapa, dane-se,<br />

ilusionista, bolas em diagonal, foda-se, perco quase todas, mas com um heroísmo <strong>do</strong>s gigantes<br />

<strong>do</strong> ringue, essa noite levamos um baile de <strong>do</strong>n Bortolotto, el grand dramaturgo del cemitério de<br />

los autos, em dupla com su amigo <strong>do</strong>n Amalfi, que tocava Duck Ellington com o taco.<br />

(...)<br />

Voltamos a nos beijar, <strong>do</strong> jeito mais denso possível, sabe, dentes baten<strong>do</strong> e língua<br />

muy loca e, ora direis, ouvir céus e estrelas. Ai como é gostoso aqueles peitinhos a bater nas<br />

minhas costas, roçar as omoplatas...<br />

O cavaleiro fazia de conta que não via a sombra <strong>do</strong> pau dela na parede, sol<br />

adentran<strong>do</strong> a persiana.<br />

Cantou uma canción del concierto a<strong>do</strong>nde tu<strong>do</strong> habia começa<strong>do</strong> para ella, cantou <strong>do</strong><br />

jeito que veio naquela madruga sem fim ainda incendiada por binte años de álcool en lo<br />

caveirón heróico del Mercosul de la existência:<br />

“Yo tengo un paraquedas para te salbar/ yo tengo un paraquedas em mi corazón”.<br />

Ela me abraçou fuerte.<br />

Nossos narizes havia tempo não estavam mais esquimós, mesmo naquela noche polar<br />

de ano da graça de 2006, noche de ataque de los Gângsteres <strong>do</strong> <strong>Sol</strong> Quadra<strong>do</strong>.<br />

Quan<strong>do</strong> montamos nuestro cavalo mandei outra canción das antigas:<br />

“Tenho 25 anos de sonho e de sangue<br />

E de América <strong>do</strong> Sul<br />

Mas por força <strong>do</strong> meu destino<br />

Um tango argentino<br />

Me cai bem melhor que um blues”.<br />

Cap. XXVII - Da bundinha de Brigitte deitada na laje de Saint-Tropez<br />

129

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!