17.04.2013 Views

Caballeros Solitários Rumo do Sol Poente

Caballeros Solitários Rumo do Sol Poente

Caballeros Solitários Rumo do Sol Poente

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

Se for tocada quem acorda primeiro:<br />

Ela ou este Caballero?<br />

...Ainda é ce<strong>do</strong>, talvez nunca.<br />

Suas botas fazem cócegas numa vicinal, uma estrada perdida de terra da minha mão<br />

izquierda, apenas um desvio para evitar o pedágio da highway da vida, mais uma vereda, ela<br />

agora pega rumo ao norte, rumo ao pulso, ai mi corazón que não entende os ralis amorosos, os<br />

Paris-Dakar da existência, os ralis <strong>do</strong>s Sertões mentais, as buscas com poeira nos olhos a<br />

grudar na remela <strong>do</strong>s olhos <strong>do</strong> cavalo, a cegueira de quem parte atrás de um outro como se o<br />

outro existisse, pelo menos enquanto pontilhão ou pinguela de um metafísico faroeste <strong>do</strong> tédio,<br />

procura-se.<br />

No que vemos a ponte implodir ao longe, dinamitada pelos cantis de sabotagem da<br />

cobardia amorosa que carregamos no coldre junto com as armas para matar ban<strong>do</strong>leiros.<br />

Cap. XXX - De como Esperanza perdeu as graças de latinoaméricas<br />

O Chile, pelo que se sabe, tomou o litoral da Bolívia, depois da Guerra <strong>do</strong><br />

Pacífico, em 1879.<br />

No que Esperanza, longe de ser nascida, já sentia o golpe e voltava para os seus desertos<br />

de vastidões interiores.<br />

O mar, no entanto, sempre esteve presente nos sonhos de Esperanza.<br />

Suas lágrimas também são salgadas.<br />

Devolvam a janela de Esperanza para el mar, señores.<br />

Cap. XXXI - Do Poeta-Hippie-Punk-Rajneesh<br />

“A cidade lateja nos pulmões a efizema <strong>do</strong> inevitável”. O Poeta-Hippie-Punk-Rajneesh<br />

dá uma baforada e solta essa, solene como um bar<strong>do</strong>.<br />

El caballero gosta <strong>do</strong> verso e pensa em roubá-lo: “Bato sempre a carteira lírica<br />

desses vagabun<strong>do</strong>s.”<br />

Seu biógrafo, porém, saca primeiro:<br />

“Quan<strong>do</strong> sei que é bom mesmo, morro com um drinque, um maço de cigarro, uma<br />

carreira montanhosa de caspa <strong>do</strong> capeta, nevada, algumas partidas de sinuca ou crédito na lanhouse<br />

da área, algo que comove um vicia<strong>do</strong> em qualquer coisa”.<br />

79

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!