17.04.2013 Views

Caballeros Solitários Rumo do Sol Poente

Caballeros Solitários Rumo do Sol Poente

Caballeros Solitários Rumo do Sol Poente

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

Cap. XIV - Donde o biógrafo de mal-assombros tentava esquecer aquele<br />

rabo-de-peixe<br />

Nem sei se tentava à vera ou se francamente não conseguia.<br />

Nem, nada, n´algum, ninguém.<br />

O rabo daquela mestiça, mais para índia, que subia a Barão <strong>do</strong> Rio Branco, vinda <strong>do</strong><br />

Bom Retiro, agora já se encontra no Largo <strong>do</strong> Paissandu... São João, atravessa as Grandes<br />

Galerias, carajo, Praça da República, Consolación, depois de horas de trabalho com agulhas<br />

industriales <strong>do</strong>s coreanos, que linda, pelo menos duzentos homens seguem seu rabo pela calle.<br />

Os lábios daquela mujer...<br />

Gloss <strong>do</strong>s desalma<strong>do</strong>s...<br />

Aquele corte <strong>do</strong> olho...<br />

A pele lisa daquela pequeña...<br />

Aquele rabo que se mexe por toda a cidade, mais tarde no Love Story, boate-mor de San<br />

Pablo, a casa de todas as casas, como hay bisto outra madruga, diós de to<strong>do</strong>s los meus<br />

infiernos-alabamas...<br />

Cap. XV - Da arte de pintar deita<strong>do</strong><br />

Sem Chivas, el caballero Fodasno, delirante no último, voltaria a ser apenas um antigo<br />

pintor de rodapés, um homem pequeno que, de tão entregue à inércia e ao pântano das<br />

monstruosas ressacas, só pintaria deita<strong>do</strong>, caí<strong>do</strong>, como as arrastadas e preguiçosas barras das<br />

paredes de to<strong>do</strong> el pueblo.<br />

Repare, meu anjo, esse quadrúpede que foge é tu<strong>do</strong> na vida de um outrora afunda<strong>do</strong><br />

hombre, este cavalo, o último <strong>do</strong>s cavalos que riem no planeta, ri mais <strong>do</strong> que o gato de Alice<br />

depois <strong>do</strong> áci<strong>do</strong> supremo, este cavalo pôs de pé, devolveu a la bida, o cavaleiro que avistas<br />

antes de <strong>do</strong>rmir em sombras gigantes nos edifícios, como teu pai hay mostra<strong>do</strong> pelos buracos<br />

<strong>do</strong>s combongós de tua pequenita erristência.<br />

O desalma<strong>do</strong> carecia apenas de um rápi<strong>do</strong> amparo <strong>do</strong> mun<strong>do</strong>, <strong>do</strong> mun<strong>do</strong> que não<br />

acolhe nem o mais saudável e cristão <strong>do</strong>s cavaleiros que deliram.<br />

57

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!