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Liberdade de existir - Visão Judaica

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Por ocasião da visita do presi<strong>de</strong>nte<br />

<strong>de</strong> Israel, Moshe Katzav, à Cida<strong>de</strong><br />

das Luzes entre 16 e 20 <strong>de</strong> fevereiro,<br />

uma das avenidas mais importantes<br />

do mundo, a Champs Elysées, foi<br />

<strong>de</strong>corada, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a Place <strong>de</strong> La Concor<strong>de</strong><br />

até o Arco do Triunfo com ban<strong>de</strong>iras<br />

<strong>de</strong> Israel e da França, em cada uma<br />

das árvores e postes que contornam a<br />

famosa avenida. A imagem aquece o<br />

coração e <strong>de</strong>sperta ainda mais o judaísmo<br />

que cada ju<strong>de</strong>u tem <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> si.<br />

Além disso, a rádio judaica, a 94.8, foi<br />

às ruas no dia 16 e entrevistou os cidadãos.<br />

Entre as manifestações, ouviuse<br />

“que orgulho ser ju<strong>de</strong>u”, “há muito<br />

tempo eu não via uma coisa como esta”.<br />

Com efeito, e como não po<strong>de</strong>ria<br />

<strong>de</strong>ixar <strong>de</strong> ser, o policiamento foi intenso<br />

e ostensivo na região, não só por<br />

conta do azul e branco e a Maguen David<br />

ao lado da ban<strong>de</strong>ira tricolor francesa,<br />

como também por conta da proximida<strong>de</strong><br />

do local da casa do presi<strong>de</strong>nte<br />

Jacques Chirac. Finalmente a França está<br />

reconhecendo o Estado <strong>de</strong> Israel.<br />

A comunida<strong>de</strong> judaica parisiense<br />

é composta por aproximadamente<br />

500 mil ju<strong>de</strong>us ao passo que a comunida<strong>de</strong><br />

islâmica perfaz a quantia <strong>de</strong> 2<br />

milhões. A titulo estatístico, 1% e 10%<br />

respectivamente em relação à população<br />

<strong>de</strong> Paris. Como parnassá (sustento),<br />

a maioria dos ju<strong>de</strong>us se <strong>de</strong>dica às<br />

profissões liberais, embora ainda seja<br />

possível vislumbrar resquícios das gerações<br />

anteriores e <strong>de</strong> seus atuais her<strong>de</strong>iros<br />

na ativida<strong>de</strong> do comércio, sobretudo<br />

no vestuário.<br />

O diretório acadêmico <strong>de</strong> uma<br />

universida<strong>de</strong> é sempre emblemático. Na<br />

B”H<br />

França, a coletivida<strong>de</strong> judaica acadêmica<br />

é muito bem representada pela<br />

entida<strong>de</strong> chamada UEJF, União dos<br />

Estudantes Ju<strong>de</strong>us. Além <strong>de</strong> promover<br />

diversas ativida<strong>de</strong>s, palestras,<br />

viagens, cursos, ela reúne os ju<strong>de</strong>us<br />

<strong>de</strong> cada universida<strong>de</strong>, <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>ndo-os<br />

e os representando.<br />

Conforme informei na edição<br />

anterior, a Universida<strong>de</strong> Paris 2, Pantheon<br />

Assas, infelizmente é conhecida<br />

pela tendência extrema-direita <strong>de</strong> seus<br />

estudantes. Com efeito, essa inclinação<br />

se esten<strong>de</strong> às atitu<strong>de</strong>s do diretório<br />

acadêmico, que, não raras vezes engendra<br />

discussões e até brigas com os<br />

representantes da UEJF.<br />

No entanto, esse tipo <strong>de</strong> situação<br />

não e exclusiva da Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

Direito. Caso análogo ocorreu e infelizmente<br />

ainda ocorre na Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

Medicina, em que os participantes acabaram<br />

no hospital, sem, todavia, prestar<br />

queixa na polícia.<br />

Sophie, uma amiga que conheci<br />

no kabalat shabat da sinagoga da<br />

Rue <strong>de</strong> La Victoire, me contou o seguinte<br />

fato: um amigo seu, chamado<br />

Cyril, 30 anos, queria comprar um<br />

apartamento aqui em Paris. No dia 4<br />

<strong>de</strong> fevereiro <strong>de</strong> 2004, um agente imobiliário<br />

e o proprietário do studio no<br />

6ème arrondissement o levaram para<br />

visitar o imóvel. Após a tradicional<br />

visita, o proprietário perguntou se<br />

Cyril era ju<strong>de</strong>u. Após a evi<strong>de</strong>nte resposta<br />

afirmativa, seguiu dizendo<br />

“bem, eu não vendo nada a ju<strong>de</strong>us!”.<br />

Ato contínuo, falou para o agente imobiliário:<br />

“por favor, não me traga mais<br />

isso para visitar o meu apartamento”.<br />

○ ○ ○ ○ ○<br />

Helena Kessel –<br />

correspon<strong>de</strong>nte VJ<br />

Em seguida a esse inci<strong>de</strong>nte, uma <strong>de</strong>núncia<br />

foi interposta na polícia.<br />

Um dos exercícios propostos<br />

pela professora em uma das aulas <strong>de</strong><br />

francês era trazer um artigo <strong>de</strong> jornal,<br />

apresentá-lo diante da turma e finalizar<br />

tecendo alguns comentários sobre<br />

a notícia. Uma das colegas resolveu falar<br />

sobre o direito das minorias. Logo<br />

pensei com a minha adrenalina que<br />

<strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> poucos instantes eu teria <strong>de</strong><br />

me manifestar. Qual não foi a minha<br />

surpresa quando nem a colega nem o<br />

resto da turma mencionaram o nosso<br />

povo como sendo uma minoria. Curioso.<br />

Dentro dos exemplos trazidos, citou<br />

os muçulmanos (!) e os homossexuais.<br />

Curioso, para dizer o mínimo.<br />

A alegria da festa <strong>de</strong> Purim contagia<br />

toda a comunida<strong>de</strong> parisiense.<br />

Nas ruas, é possível encontrar várias<br />

famílias carregando cestas <strong>de</strong><br />

mishloach manot, crianças e adultos<br />

fantasiados e “purim sameach”<br />

é uma saudação comum e natural,<br />

mesmo entre pessoas que até então<br />

não se conheciam.<br />

VISÃO JUDAICA • Março <strong>de</strong> 2004 • Adar/Nissan • 5764<br />

Aliás, em Paris só não escuta a<br />

leitura da Meguilat Esther quem não<br />

quer. A comunida<strong>de</strong> dispõe <strong>de</strong> aproximadamente<br />

100 lugares em que a mitsvá<br />

po<strong>de</strong> ser cumprida, sem contar que<br />

em muitos <strong>de</strong>les a leitura é feita <strong>de</strong><br />

hora em hora. Além disso, se ainda<br />

assim o cidadão resolve que não quer<br />

sair <strong>de</strong> casa, muitas sinagogas dispõem<br />

<strong>de</strong> bachurim ou membros da própria<br />

coletivida<strong>de</strong> que se <strong>de</strong>slocam até a casa<br />

da pessoa e efetuam a leitura, com o<br />

tradicional barulho na palavra “haman”.<br />

Toda semana o jornal “Actualité<br />

Juive” <strong>de</strong>dica as suas três ultimas<br />

páginas à seção chamada “pequenos<br />

anúncios”, ocasião na qual os leitores<br />

po<strong>de</strong>m fazer ofertas para compra, venda,<br />

locação <strong>de</strong> diversos bens e, o mais<br />

importante, on<strong>de</strong> são feitos anúncios<br />

com o objetivo <strong>de</strong> encontrar pessoas,<br />

quer para fins <strong>de</strong> matrimonio, quer para<br />

fins <strong>de</strong> amiza<strong>de</strong>. A pessoa faz uma auto<strong>de</strong>scrição,<br />

em seguida escreve o que<br />

procura e, por fim, ou fornece o seu<br />

telefone para estabelecerem o contato<br />

ou encarrega o jornal <strong>de</strong> fazê-lo. Certamente<br />

a prática po<strong>de</strong> se enten<strong>de</strong>r a<br />

outras comunida<strong>de</strong>s.<br />

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