Liberdade de existir - Visão Judaica
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Os ju<strong>de</strong>rus etíopes<br />
preservaram os<br />
costumes judaicos por<br />
milhares <strong>de</strong> anos<br />
Para Asher<br />
Naim, o resgate<br />
dos ju<strong>de</strong>us<br />
etíopes foi <strong>de</strong><br />
importância vital.<br />
Ele queria<br />
liberar seus irmãos<br />
<strong>de</strong> um ditador<br />
tirano e<br />
assim assegurar<br />
a sobrevi-<br />
vência <strong>de</strong>ssa tribo. Ajudando os falashas<br />
a voltar para Jerusalém, Naim<br />
chegou a um novo e profundo entendimento<br />
do verda<strong>de</strong>iro significado <strong>de</strong><br />
fé, <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> e da luta para superar<br />
as adversida<strong>de</strong>s. No seu livro, cita<br />
uma frase <strong>de</strong> Bernard Raskas: “D-us<br />
não quer que façamos coisas extraordinárias.<br />
Ele quer que façamos coisas<br />
simples, <strong>de</strong> forma extraordinária...”<br />
Em Israel, a adaptação dos imigrantes<br />
não foi fácil. A maioria era<br />
muito jovem e sem cultura nenhuma,<br />
e no princípio sofreram <strong>de</strong>sconfiança<br />
e rejeição por parte <strong>de</strong> alguns<br />
por causa <strong>de</strong> sua cor. Mas vários institutos<br />
têm <strong>de</strong>senvolvido projetos especiais<br />
<strong>de</strong> educação intensiva para<br />
as crianças, como por exemplo, a escola<br />
Beth Zipora, no sul <strong>de</strong> Israel.<br />
Esse programa foi implantado por Elie<br />
Wiesel e ministra cursos <strong>de</strong> inglês e<br />
computação. O sonho dos ju<strong>de</strong>us<br />
etíopes é formar lí<strong>de</strong>res, médicos, engenheiros<br />
e até generais. Tão logo<br />
<strong>de</strong>sembarcaram, o governo israelense<br />
fez campanhas para angariar fundos<br />
para sua absorção e sobrevivência,<br />
a fim <strong>de</strong> não <strong>de</strong>ixá-los voltar ao<br />
mesmo ciclo <strong>de</strong> empobrecimento,<br />
amargura e <strong>de</strong>sespero <strong>de</strong> seu passado<br />
na África.<br />
NOTA SOBRE O AUTOR:<br />
Asher Naim, diplomata israelense, serviu<br />
como adido cultural no Japão e Estados<br />
Unidos e como embaixador na ONU,<br />
Finlândia, Coréia do Sul e Etiópia. Ele é o<br />
criador do Fundo <strong>de</strong> Bolsas <strong>de</strong> Estudos para<br />
Ju<strong>de</strong>us Etíopes e arrecada verbas para que<br />
os membros <strong>de</strong>sta comunida<strong>de</strong> possam ter<br />
uma educação <strong>de</strong> nível superior nas<br />
universida<strong>de</strong>s israelenses.<br />
Os presentes artigos foram pesquisados e<br />
editados com base no material colhido nos<br />
sites do Beit Chabad do Brasil<br />
(www.chabad.org), da Revista Morashá <strong>de</strong><br />
março <strong>de</strong> 2003 (www.morasha.com.br)<br />
Enciclopaedya Philtar (http://<br />
www.philtar.ucsm.ac.uk/encyclopedia/<br />
judaism/falash.html) e Enigmas da<br />
Humanida<strong>de</strong> (www.enigmas.hpg.ig.com.br)<br />
21<br />
Ju<strong>de</strong>us expulsos dos países árabes<br />
também são refugiados no Oriente Médio<br />
Congresso Judaico Mundial aplaudiu a resolução <strong>de</strong> reconhecimento dos EUA<br />
Depois <strong>de</strong> recentes vitórias históricas,<br />
como o pedido <strong>de</strong> <strong>de</strong>sculpas do Vaticano<br />
<strong>de</strong>vido a perseguição <strong>de</strong> ju<strong>de</strong>us no passado<br />
e a <strong>de</strong>volução <strong>de</strong> dinheiro <strong>de</strong> contas bancárias<br />
na Suíça roubado durante o nazismo,<br />
o Congresso Judaico Mundial (CJM)<br />
já escolheu suas próximas batalhas: o<br />
combate ao crescimento do anti-semitismo<br />
na Europa e a luta pelo reconhecimento<br />
dos direitos dos refugiados ju<strong>de</strong>us<br />
que saíram <strong>de</strong> países árabes. Para o presi<strong>de</strong>nte<br />
do CJM, Edgar Bronfman, que esteve<br />
em visita ao Rio, o mundo <strong>de</strong>ve enfrentar<br />
estes problemas <strong>de</strong> frente se quiser<br />
ser justo com os ju<strong>de</strong>us.<br />
O po<strong>de</strong>roso CJM é o braço diplomático<br />
das comunida<strong>de</strong>s judaicas <strong>de</strong> todo o mundo<br />
em suas relações com governos e entida<strong>de</strong>s.<br />
Isto faz <strong>de</strong> Bronfman um alvo preferencial<br />
<strong>de</strong> grupos radicais ou re<strong>de</strong>s terroristas<br />
como a al-Qaeda e medidas <strong>de</strong> segurança<br />
extremas são observadas. Dezenas <strong>de</strong><br />
seguranças, incluindo agentes israelenses,<br />
foram mobilizados para proteger Bronfman<br />
e o presi<strong>de</strong>nte do conselho do CJM, Israel<br />
Singer. Para Bronfman, o ressurgimento do<br />
anti-semitismo na Europa está muitas vezes<br />
mascarado em <strong>de</strong>clarações contra as<br />
políticas do governo <strong>de</strong> Israel.<br />
“Há uma gran<strong>de</strong> diferença entre ser crítico<br />
e propagar ódio”, disse Bronfman,<br />
acrescentando: “Não acho que seja tão difícil<br />
fazer a diferença. A pessoa está tentando<br />
oferecer ajuda ou ódio? Se você cri-<br />
Africanos<br />
também seriam<br />
ju<strong>de</strong>us<br />
No século 19, alguns missionários ficaram<br />
intrigados com as práticas “judaicas” do povo<br />
lemba, que habita o sul da África. Seriam eles<br />
também uma das Tribos Perdidas <strong>de</strong> Israel ?<br />
Os lemba fazem circuncisões em seus meninos,<br />
promovem sacrifícios rituais (como no<br />
antigo Templo) e se recusam a comer carne <strong>de</strong><br />
porco. Mas suas características são comuns ao<br />
<strong>de</strong>mais povos africanos negros, pois cultuam<br />
os ancestrais, mantém curan<strong>de</strong>iros e permitem<br />
a poligamia.<br />
Os lemba dizem que são originários dos<br />
ju<strong>de</strong>us que migraram da Judéia para o Yemen,<br />
<strong>de</strong>pois atravessaram o Mar Vermelho<br />
e chegaram às costas africanas.<br />
Tudor Parfitt, dirigente do Middle East Centre,<br />
da School of Oriental and African Studies<br />
<strong>de</strong> Londres, Inglaterra, recolheu amostras <strong>de</strong><br />
tecido da boca dos lemba e <strong>de</strong> habitantes do<br />
sul do Yemen e encontrou correlações genéticas<br />
entre eles.<br />
VISÃO JUDAICA • Março <strong>de</strong> 2004 • Adar/Nissan • 5764<br />
tica com a intenção <strong>de</strong> ajudar, isto é crítica<br />
positiva. Mas se você só critica se baseando<br />
no argumento, 'o<strong>de</strong>io esse povo',<br />
isso é anti-semitismo.”<br />
Para o cana<strong>de</strong>nse, presi<strong>de</strong>nte do CJM<br />
<strong>de</strong>s<strong>de</strong> 1981, as críticas a Israel não <strong>de</strong>vem<br />
ser consi<strong>de</strong>radas anti-semitismo. Mas diz<br />
que em países como França, Bélgica, Alemanha<br />
e Reino Unido há crescentes casos<br />
<strong>de</strong> preconceito. Ele próprio critica políticas<br />
do governo <strong>de</strong> Ariel Sharon, como os<br />
assentamentos, que para ele não ajudarão<br />
Israel a ter paz.<br />
Num contra-ataque ao pleito <strong>de</strong> palestinos<br />
que fugiram ou foram expulsos na criação<br />
<strong>de</strong> Israel, o CJM pe<strong>de</strong> que a comunida<strong>de</strong><br />
internacional <strong>de</strong>monstre a mesma preocupação<br />
com ju<strong>de</strong>us que <strong>de</strong>ixaram os países<br />
árabes. Segundo o Congresso, mais <strong>de</strong><br />
800 mil ju<strong>de</strong>us saíram ou foram expulsos e<br />
tiveram suas proprieda<strong>de</strong>s tomadas.<br />
“Não há dúvida <strong>de</strong> que centenas <strong>de</strong> milhares<br />
<strong>de</strong> ju<strong>de</strong>us <strong>de</strong>ixaram Marrocos, Argélia<br />
etc. E <strong>de</strong>ixaram suas proprieda<strong>de</strong>s para<br />
trás. E os árabes da Palestina falam do que<br />
eles <strong>de</strong>ixaram para trás quando Israel foi<br />
criado. Então sejamos justos. Não façam<br />
disso uma rua <strong>de</strong> mão única”.<br />
Bronfman elogiou a postura do Papa<br />
João Paulo II, que, segundo ele, avançou<br />
mais na questão do preconceito contra ju<strong>de</strong>us<br />
“em 20 anos do que em dois milênios”.<br />
Mas disse que a estrutura católica po<strong>de</strong> não<br />
FILME<br />
○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○<br />
VJ INDICA<br />
ser tão rápida quando seu lí<strong>de</strong>r.<br />
“O que o Papa falou é que o anti-semitismo<br />
é um pecado. É uma ação positiva.<br />
Mas, quanto tempo leva para que isso atravesse<br />
a hierarquia do sacerdócio até as pessoas?<br />
Leva muito tempo. Foram milhares<br />
<strong>de</strong> anos <strong>de</strong> doutrinação, não dá para se livrar<br />
disso num minuto”.<br />
Singer, provável sucessor <strong>de</strong> Bronfman,<br />
diz que, apesar <strong>de</strong> o Congresso não<br />
participar da política interna <strong>de</strong> Israel,<br />
<strong>de</strong>fen<strong>de</strong> uma solução <strong>de</strong> dois Estados. O<br />
CJM não po<strong>de</strong> discutir a política interna<br />
israelense, pois representa os ju<strong>de</strong>us <strong>de</strong><br />
todo o mundo, mas Singer atacou críticos<br />
do país, incluindo governos latinoamericanos,<br />
como o Brasil.<br />
“A exigência <strong>de</strong> muitos países que não<br />
são <strong>de</strong>mocráticos para que Israel forneça<br />
uma <strong>de</strong>mocracia total para um vizinho violento<br />
é inaceitável. É algo que eles não fazem<br />
para seus cidadãos. Se se olha todos<br />
os artigos da ONU que são apoiados por<br />
tantos países, inclusive da América Latina,<br />
não se po<strong>de</strong> <strong>de</strong>ixar <strong>de</strong> sentir que o velho<br />
anti-semitismo ainda está ar<strong>de</strong>ndo”, disse.<br />
Aqui entre nós<br />
TÍTULO ORIGINAL: L’homme est um femme comme les<br />
autres<br />
DIREÇÃO Jean-Jaques Zibermann<br />
PRODUÇÃO Régine Konckier e Jean-Luc Omières<br />
ROTEIRO Gilles Taurand e Jean-Jaques Zibermann<br />
ELENCO Antoine <strong>de</strong> Caunes, Elsa Zylberstein, Gad<br />
Elmaleh<br />
SINOPSE<br />
Você é um homem e gosta <strong>de</strong> homens... Bem, por que não? Você<br />
ama seu primo que está prestes a se casar e escolhe o dia do seu<br />
casamento para <strong>de</strong>clarar sua persistente paixão. E mais; e se você<br />
estiver sendo pressionado pela sua mãe judia e pelo seu tio para<br />
perpetuar o nome da família? Daí a situação se complica muito...<br />
Simon sempre se interessou por rapazes. Virou as costas há<br />
muito tempo para <strong>de</strong>veres familiares, e tudo mais que diz respeito a<br />
tradição judia.<br />
Rosalie vem <strong>de</strong> uma família judia ortodoxa e se mantém virgem;<br />
se guarda para o homem <strong>de</strong> seus sonhos... Até que vê Simon e se<br />
apaixona perdidamente... por seu clarinete, mas não faz idéia das<br />
preferências <strong>de</strong>sse virtuoso clarinetista.<br />
A mãe <strong>de</strong> Simon ao conhecê-la faz <strong>de</strong> tudo para promover um<br />
casamento...<br />
Apesar <strong>de</strong> esta união ser muito improvável, suas vidas se<br />
transformarão por completo...