ENADE Comentado 2008: Pedagogia - pucrs
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QUESTÃO 25<br />
Numa sala de aula de terceiro ano do ensino fundamental, com crianças oriundas de<br />
várias regiões do Brasil, um aluno pronunciou a palavra olho como [oio]. Outra<br />
criança da turma chamou-lhe a atenção, corrigindo-lhe a fala. A professora<br />
aproveitou a oportunidade e pediu a todos para que, a partir dali, falassem sempre<br />
como se escreve, ou seja: os que falassem [sau] deveriam sempre falar [sal]; os que<br />
falassem [viage] deveriam sempre falar [viagem]; os que falassem [bodi] deveriam<br />
sempre falar [bode]; os que falassem [cantano] deveriam sempre falar [cantando].<br />
Rapidamente as crianças perceberam que ficou muito difícil falar e que seria<br />
impossível falar sempre exatamente como se escreve. A professora aproveitou para<br />
explicar que ninguém fala exatamente como se escreve.<br />
Essa professora sabe que<br />
(A) as relações arbitrárias e não perfeitas entre sons e letras são raras.<br />
(B) as variações dialetais de origem social e regional devem ser superadas.<br />
(C) as variações da língua falada têm significados afetivos e culturais.<br />
(D) a língua portuguesa escrita não é fonética.<br />
(E) a correspondência entre os sons da fala e a escrita fonética é invariável.<br />
Tipo de questão: escolha simples, com indicação da alternativa correta.<br />
Conteúdo avaliado: variações da língua falada.<br />
Autor: Maria Conceição Pillon Christofoli<br />
Alternativa correta: C<br />
Comentários:<br />
A questão 25 aborda as variações linguísticas da fala. Sabemos que a língua<br />
evolui com o tempo e vai adquirindo características diferentes de acordo com sua<br />
comunidade social e cultural, do seu grupo de pertencimento. A linguagem oral,<br />
assim como a linguagem escrita, é aprendida na interação com os falantes da<br />
língua. Para Cagliari (2003) “os modos diferentes de falar acontecem porque as<br />
línguas se transformam ao longo do tempo, assumindo peculiaridades e<br />
características de grupos sociais diferentes, e os indivíduos aprendem a língua ou<br />
dialeto da comunidade em que vivem”. Ainda segundo o autor, as variações<br />
52 Elaine Turk Faria, Maria Conceição Pillon Christofoli (Orgs.)