28.05.2013 Views

ANDREI JAN HOFFMANN ULLER A MÚSICA ... - Trentina do Brasil

ANDREI JAN HOFFMANN ULLER A MÚSICA ... - Trentina do Brasil

ANDREI JAN HOFFMANN ULLER A MÚSICA ... - Trentina do Brasil

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

2.3 A RELIGI O DO ÕTALO-TRENTINO<br />

A religi„o catÛlica esteve fortemente caracterizada entre os imigrantes Ìtalo-trentinos<br />

como demonstra Silva:<br />

A moral camponesa [trentina] era a moral catÛlica, e a ˙nica verdadeira autoridade<br />

reconhecida pelo camponÍs [trentino] se identificava com a hierarquia eclesi·stica.<br />

A autoridade estatal era pura contingÍncia histÛrica: n„o era o Kaiser a suprema<br />

autoridade, mas o Papa de Roma (GROSSELLI apud SILVA, 2001).<br />

Mas a falta de uma representaÁ„o religiosa oficial (padre) fora significativa logo apÛs a<br />

chegada <strong>do</strong>s imigrantes Ìtalo-trentinos em Santa Catarina. Com a intenÁ„o de preencher este<br />

vazio religioso, os prÛprios imigrantes construÌam suas capelas, sen<strong>do</strong> que as primeiras<br />

capelas foram construÌdas com folhas de guaricanas (espÈcie de palmito) e somente depois<br />

substituÌdas por madeira e alvenaria. Como no inÌcio n„o havia a presenÁa de um padre, os<br />

prÛprios Ìtalo-trentinos elegiam uma pessoa para improvisar a celebraÁ„o de uma cerimÙnia<br />

religiosa (missa), geralmente a pessoa escolhida pelo grupo era considerada a mais instruÌda e<br />

inteligente:<br />

(...) era costume, como faziam em suas comunas na It·lia, escolher um homem<br />

virtuoso e idÙneo para presidir as funÁıes religiosas. Era chama<strong>do</strong> de prevosto, que<br />

em portuguÍs seria ìcapel„oî. Rezavam todas as oraÁıes em latim e em italiano.<br />

Os c‚nticos eram quase to<strong>do</strong>s em italiano e outros em latim, como as ladainhas,<br />

Veni Creator, Miserere, Magnificat. (...) Assim paramenta<strong>do</strong>, estava tambÈm<br />

sempre presente aos sepultamentos. Cantava-se o Miserere, Libera Me e<br />

recitava-se o De Profundis [grifos meus] (SILVA, 2001, p·g. 79).<br />

Como È nota<strong>do</strong> na citaÁ„o anterior, durante a cerimÙnia os cantos eram reproduzi<strong>do</strong>s<br />

em lÌngua italiana e tambÈm em latim, que fazem parte <strong>do</strong>s cantos especÌficos da liturgia<br />

romana. Segun<strong>do</strong> Pargolesi cita<strong>do</strong> por Macchiarella (ver citaÁ„o p·gina 47), que faz uma<br />

descriÁ„o genÈrica de algumas caracterÌsticas musicais <strong>do</strong> canto tradicional no Trentino, os<br />

cantos tradicionais trentinos recordam certos cantos lit˙rgicos da igreja. Possivelmente os<br />

cantos cria<strong>do</strong>s fora dela (cantos tradicionais), foram influencia<strong>do</strong>s pelos cantos lit˙rgicos.<br />

religiosas:<br />

Outros tÌtulos de cantos tambÈm s„o cita<strong>do</strong>s por Silva atravÈs das cerimÙnias<br />

A Semana Santa <strong>do</strong>s colonos era comemorada solenemente: no Domingo havia a<br />

prociss„o de ramos, com cantos entoa<strong>do</strong>s <strong>do</strong> melhor mo<strong>do</strong> possÌvel. Nos ˙ltimos<br />

dias rezava-se o OfÌcio das Trevas, sen<strong>do</strong> os salmos executa<strong>do</strong>s com melodia<br />

42

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!