ANDREI JAN HOFFMANN ULLER A MÚSICA ... - Trentina do Brasil

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3.1 AS PESQUISAS SOBRE A M⁄SICA TRENTINA DE TRADI« O ORAL Ignazio Macchiarella, na obra Introduzione al Canto di Tradizione Orale nel Trentino(1999), realiza uma an·lise da bibliografia que vai do sÈculo XIX atÈ a ˙ltima dÈcada do sÈculo XX, sobre a m˙sica popular no Trentino-Alto Adige. Este autor faz tambÈm uma proposta de an·lise musical e de transcriÁ„o musical. As pesquisas sobre a m˙sica de tradiÁ„o oral da regi„o Trentino-Alto Adige iniciaram-se j· no inÌcio do sÈculo XIX, neste perÌodo a regi„o pertencia ao ImpÈrio Austro-H˙ngaro 10 . PorÈm tais pesquisas relatavam em grande parte observaÁıes individuais dos cantos, instrumentos musicais e coleta dos textos verbais; n„o havia muitas informaÁıes a respeito da execuÁ„o musical. O principal objetivo era a coleta dos textos dos cantos, pois para os pesquisadores do sÈculo XIX, canto popular equivalia ‡ poesia popular, sem grandes consideraÁıes a respeito da execuÁ„o musical: Como È conhecido o interesse dos folcloristas do sÈculo XIX no estudo do canto popular È endereÁado exclusivamente ao texto verbal dos cantos, tanto que a mesma definiÁ„o canto popular equivale a poesia popular e n„o tem nenhuma consideraÁ„o a execuÁ„o musical (MACCHIARELLA, 1999, p·g 25, traduzido por Maria Salete Santos Silva). 11 O fato da regi„o estar sobre domÌnio do impÈrio Austro-H˙ngaro atÈ 1918, fez com que algumas pesquisas, fossem feitas por estudiosos e pesquisadores austrÌacos, sendo que tais pesquisas sobre a regi„o Trentino-Alto Adige, que hoje pertence ‡ It·lia, s„o de propriedade austrÌaca (MACCHIARELLA, 1999). Uma das pesquisas foi a coordenada pelo austrÌaco Joseph Von Sonnleithner (MACCHIARELLA, 1999), o mÈtodo que ele utilizou foi o envio de um question·rio para as autoridades trentinas, perguntando sobre quais eram os cantos, melodias e danÁas mais freq¸entes na regi„o. A pesquisa n„o obteve muitos resultados, devido ‡ falta de colaboraÁ„o por parte de algumas autoridades. PorÈm os resultados obtidos se encontram em quatro fascÌculos onde em um deles est· o primeiro registro documental sobre a m˙sica popular desta regi„o: Tais documentos, hoje conservados em quatro fascÌculos no arquivo da Gesellschaft der Musikfreunde de Viena (n. XXI, XXII, XXIII e XXIV della Sonnleithner- Sammlung) transformam-se em importante valor document·rio. O primeiro fascÌculo (n. XXI) foi estudado e reproduzido por Antonio Carlini. Trata- 10 ìApÛs muitos sÈculos, mais de um milÍnio de lutas polÌticas, a ¡ustria e a Hungria se uniram e formaram, em 1867, um impÈrio dual com parlamentos e governo prÛprios, o ImpÈrio Austro-H˙ngaroî (BONATTI; LENZI, 2006, p·g. 21) 11 ìcomo Ë noto, lìntereese dei folkloristi ottocenteschi nello studio del canto popolare Ë indirizzato esclusivamente al texto verbale dei canti, tanto che la stessa definizione canto popolare equivale a poesia popolare e non tiene in nessuna considerazione lèsecuzione musicaleî (MACCHIARELLA,1999, p·g 25). 47
se de uma coleÁ„o de vinte e uma melodias certamente desunte 12 da execuÁ„o, isto È apresentada ao vivo e n„o copiada da origem impressa [...] [que] constitui o primeiro n˙cleo documentado da m˙sica popular e de uso popular no Trentino. As melodias guardam verdadeiramente execuÁıes violinÌsticas sem acompanhamento (MACCHIARELLA, 1999, p·g 22 e 23, traduzido por Maria Salete S. Silva). 13 Na segunda metade do sÈculo XIX, um dos pesquisadores mais significativos foi Nepomuceno Bolognini (MACCHIARELLA, 1999) que teve como foco a forma da canÁ„o Maitinade. A Maitinade È uma canÁ„o de romance, uma serenata onde o namorado cantor e os instrumentistas ficam tocando abaixo da janela onde est· situada a bela dama. Seus relatos afirmam que este tipo de canÁ„o È semelhante a outras regiıes da It·lia: Concluindo seu estudo Bolognini afirma: A maior parte strambotti maitinade temos tambÈm em comum nÛs [trentinos] com todas as provÌncias italianas iguais aquelas que s„o cantadas na SicÌlia, em N·poles, na Toscana, Piemonte, Romagna, Veneto etc... com pouca diferenÁa de forma ( MACCHIARELLA, 1999, p·g 27, traduzido por Maria Salete S. Silva). 14 Uma das caracterÌsticas que os pesquisadores apresentam nos estudos sobre os cantos que ocorriam no Trentino, È a atribuiÁ„o de categorias para os mesmos, isto est· demonstrado nas obras e È o caso do trabalho de Bolognini que conforme indica Macchiarella: Tais materiais s„o subdivididos em oito categorias: maitinade; cantos de recrutas; cantos de amor e de paquera; cantos narrativos e danÁados; cantos de trabalho masculinos; cantos femininos referentes a fiaÁ„o; cantos referentes a gravidez, ao parto e a inf‚ncia; enfim canÁonetas e estorinhas de paqueras ( MACCHIARELLA, 1999, p·g 30, traduzido por Maria Salete S. Silva ). 15 O mesmo acontece no trabalho de Albino Zenatti e de sua m„e Fanny Cipriani Zenatti: 12 Algumas palavras nesta e em citaÁıes seguintes foram mantidas em italiano. 13 ìTali documenti, oggi conservati in quattro fascicoli presso lÀrchivio della Gesellschaft der Musikfreunde di Vienna (n. XXI, XXII, XXIII e XXIV della Sonnleithner- Sammlung) reivestono tuttavia um importante valore documentario. Il primo fascicolo (n. XXI) Ë stato attentamente studiato e riprodotto da Antonio Carlini. Si tratta di una collezione di ventuno melodie da ballo ìsicuramente desunte da esecuzioni, cioË tratte ìdal vivoî e non copiate da fonti a stampa [...] [che] costituiscono il primo n˙cleo documentario della musica popolare e di uso popolare in Trentinoî Le melodie riguardano verosimilmente esecuzioni violinistiche senza accompagnamentoî ( MACCHIARELLA, 1999, p·g 22 e 23 ). 14 ìConcludendo la sua trattazione Bolognini afferma che ìla massima parte degli strambotti (maitinade) li avremmo anche noi [trentini] comuni com tutte le provincie italiane, eguali e quelli che vengono cantati nella Sicilia, e nel Napoletano, e in Toscana, Piemonte, Romagna, Veneto ecc., com poche differenze di formaî( BOLOGNINI apud MACCHIARELLA, 1999, p·g 27 ). 15 ìTale materiale viene suddiviso in otto categorie: maitinade; canti dei coscritti; canti dàmore e del corteggiamento; canti narrativi e ballate; canti del lavoro maschili, canti femminili connessi alla filatura; canti connessi alla gravidanza, al parto e allìnfanzia; ed infine canzoncine, storielle, filastrocche, eccî ( MACCHIARELLA, 1999, p·g 30 ). 48
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