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Planos Diretores: processos e aprendizados - Polis

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Habitação), o Orçamento Participativo, o Conselho de Meio Ambiente, o<br />

Conselho de Desenvolvimento Econômico, entre outros. Talvez a existência<br />

de outros espaços participativos esteja atrapalhando a implementação<br />

de um conselho específico para o planejamento e o acompanhamento da<br />

implementação do Plano Diretor, mas existe uma forte cobrança por um<br />

sistema centralizado de avaliação permanente de sua aplicação. Segundo<br />

Ronaldo Lacerda:<br />

“O Conselho de Desenvolvimento Urbano foi uma discussão que não avançou. O período<br />

de revisão era curto, tinha um prazo regimental para o Plano Diretor estar<br />

protocolado na Câmara, então se discutiu que não dava para aprofundar dois pontos,<br />

o Conselho de Desenvolvimento Urbano e também a questão do uso do solo, para<br />

mudar essas taxas, do terceiro pavimento [...] mas aí se aprovou o Plano Diretor e não<br />

teve mais vontade política, se manteve a mesma LUOS e não se instituiu o Conselho”.<br />

(Fonte: Entrevista com Ronaldo Lacerda em 25 de setembro de 2005).<br />

Com relação à política habitacional a Prefeitura continua investindo<br />

na urbanização de favelas, na reordenação de moradias para criar vias de<br />

acesso, no desadensamento e na implantação de infraestrutura.<br />

A grande questão em aberto é o esgotamento das áreas desocupadas<br />

disponíveis para a habitação de baixa renda. Hoje o município não tem<br />

mais AEIS desocupadas, todas aquelas que estavam demarcadas no Plano<br />

Diretor de 2002 já foram ocupadas ou negociadas. Segundo dados de entrevistas,<br />

o movimento de luta por moradia está buscando novas áreas em<br />

municípios vizinhos, como São Bernardo do Campo. Segundo Naílson Elias<br />

da Silva, na Macrozona Adensável é possível construir habitação para famílias<br />

de baixa renda cadastradas, mesmo em áreas não marcadas como AEIS.<br />

Sobre o momento atual da cidade, Ronaldo Lacerda faz um comentário<br />

que de certa forma resume os desafios e rumos de Diadema:<br />

“Hoje [2005] a cidade tem um crescimento mais organizado. Tanto a classe empresarial,<br />

imobiliária, quanto os movimentos têm estabelecido o canto de cada um, estipulou-se<br />

uma ordem de ocupação da cidade, mas também temos que ver o problema<br />

do crescimento. Precisava ter uma revisão já em 2006, porque a cidade inchou e não<br />

tem mais para onde crescer. Não tem mais AEIS e temos demanda do município.<br />

O problema é que nessa cidade o que vem de gente morar todo dia é um absurdo.<br />

Diadema é a grande menina-dos-olhos. Já foi considerada a cidade de terror; tem<br />

brincadeiras que se você quisesse saber se uma pessoa era de Diadema era só olhar<br />

para o pé dela; se estivesse sujo de barro, morava lá, fora a violência que foi sempre<br />

o carro-chefe deste preconceito. Com as políticas públicas e a organização do movimento<br />

isso veio sendo quebrado. Hoje é uma cidade tranqüila para se morar, com uma<br />

infraestrutura boa. Mas como todo bom cidadão, temos que querer aprender mais”.<br />

(Fonte: Entrevista com Ronaldo Lacerda em 25 de setembro de 2005).<br />

Analisando a situação na cidade, percebemos que nos últimos anos<br />

existiram alguns impactos positivos no desenvolvimento econômico da<br />

cidade – apesar de não termos condições de avaliar com segurança as<br />

relações desse processo com o novo Plano Diretor da cidade. Em entrevista<br />

com Naílson Elias da Silva, diretor de Desenvolvimento Urbano de Diadema,<br />

ele comenta que o desenvolvimento econômico garantiu inclusão territorial<br />

nos últimos anos e que este crescimento está ligado ao Plano Diretor.

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