Planos Diretores: processos e aprendizados - Polis
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A discussão sobre a necessidade de utilização dos vazios urbanos e<br />
da contenção do perímetro urbano proporcionou a proposta de um macrozoneamento<br />
pautado nas condições ambientais e que a aplicação de<br />
parcelamento e edificação compulsórios em áreas infraestruturadas fosse<br />
incorporado e aceito pela sociedade civil. Essa discussão foi realizada por<br />
intermédio de plenárias temáticas a partir do entendimento do “custocidade”.<br />
Esta era uma forma de sensibilização em que se procurava explicar<br />
a relação entre o custo de manutenção da infraestrutura urbana e dos<br />
equipamentos públicos em uma malha urbana não planejada e de constante<br />
reprodução (ver mapa Macrozoneamento no caderno de mapas ao<br />
final dessa publicação).<br />
O projeto tramitou nas comissões internas da Câmara de Vereadores<br />
por quase dois anos, até ser rejeitado sem qualquer discussão em 2000,<br />
sem que o governo tivesse se empenhado em ampliar sua base de apoio ou<br />
discutí-lo com a Câmara.<br />
A redação do Projeto de Lei<br />
Essa etapa foi empreendida sobretudo pela coordenação técnica do Plano<br />
Diretor, sendo seu texto concluído pelo governo em 1998. Foram realizados<br />
debates internos na Prefeitura e audiências públicas em bairros e com<br />
entidades da sociedade civil, para a discussão da proposta. Após essa rodada<br />
de participação, o Projeto de Lei foi encaminhado à Câmara Municipal.<br />
O Projeto de Lei enviado à Câmara em 1998 já continha o princípio da<br />
função social da propriedade urbana, a incidência do IPTU Progressivo e a<br />
proposta do sistema de gestão integrado, incorporando alguns fundamentos<br />
da Reforma Urbana, anteriormente à aprovação do Estatuto da Cidade.<br />
Na mesma concepção, a elaboração do macrozoneamento 13 , que considera<br />
a fixação do perímetro urbano, antes flexível, bem como determina áreas<br />
urbanizáveis considerando as fragilidades ambientais e as disponibilidades<br />
de infraestrutura, que definem a política de inclusão territorial.<br />
Fundamentalmente, foram três os principais instrumentos que nortearam<br />
o Plano Diretor de Franca: instauração de Parcelamento e Edificação<br />
Compulsória; IPTU Progressivo; o Macrozoneamento; e <strong>Planos</strong> de Gestão<br />
Integrada.<br />
O Plano Diretor de Franca preza pela objetividade, qualidade expressa<br />
tanto em sua estrutura sintética quanto na definição de objetivos e eixos<br />
estratégicos. O texto do Projeto de Lei é iniciado definindo a função social<br />
da propriedade, compreendida “como direito de acesso de todo cidadão às<br />
condições básicas de vida”. Para cumprimento da função social, é determinado<br />
que a propriedade urbana em Franca deve atender os seguintes<br />
requisitos mínimos:<br />
• aproveitamento e utilização para atividades de interesse urbano, em<br />
intensidade compatível com a capacidade de atendimento dos equipamentos<br />
e serviços públicos;<br />
• aproveitamento e utilização compatíveis com a preservação da qualidade<br />
ambiental;<br />
13 Foram criados quatro tipos<br />
de macrozoneamento: ocupação<br />
urbana preferencial,<br />
ocupação urbana restrita,<br />
expansão urbana e ocupação<br />
rural. Ver mapa Macrozoneamento<br />
no caderno de mapas<br />
dessa publicação.<br />
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