Planos Diretores: processos e aprendizados - Polis
Planos Diretores: processos e aprendizados - Polis
Planos Diretores: processos e aprendizados - Polis
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
ou tiveram que adaptar-se a ele, mas foram em grande parte desenvolvidos<br />
à margem da ação do Ministério das Cidades.<br />
O ponto de partida da sistematização dessas experiências foi o projeto<br />
“Sistematização de Experiências de <strong>Planos</strong> <strong>Diretores</strong>”, levado a cabo em<br />
2005, apoiado pela organização não governamental britânica OXFAM e<br />
pelo Ministério das Cidades, em que foram sistematizadas pela equipe do<br />
Instituto Pólis cinco experiências de <strong>Planos</strong> <strong>Diretores</strong> na região Sudeste do<br />
Brasil, total ou parcialmente realizadas entre 2001 e 2005 escolhidos Esses<br />
estudos de caso foram disponibilizados no “banco de experiências” do Ministério<br />
das Cidades, cujo objetivo era oferecer instrumentos para técnicos<br />
e participantes dos <strong>processos</strong> de construção dos <strong>Planos</strong> <strong>Diretores</strong> 10 . Alguns<br />
dos estudos de caso foram posteriormente reeditados para apresentação<br />
em encontros da área e, finalmente, em seu conjunto para esta publicação.<br />
A diversidade das experiências orientou a escolha dos casos a serem estudados:<br />
diferentes situações urbanísticas, diferentes contextos políticos de<br />
longo prazo e diferentes conjunturas político-partidárias orientando a experiência<br />
no curto prazo. Para todos os casos, procurou-se obedecer a uma<br />
estrutura básica comum: uma breve análise do contexto territorial e político<br />
do município; o relato cronológico das etapas de elaboração dos planos<br />
diretores – em alguns casos foi necessário recuperar planos diretores anteriores,<br />
que revelam a história técnico-política da regulacão territorial do<br />
município; e a extração de lições aprendidas de cada processo, elemento<br />
estratégico para o contexto, e que consideramos ainda pertinentes. Desses<br />
estudos de caso resultam os cinco primeiros artigos desta publicação.<br />
O primeiro artigo, sobre o Plano Diretor de Sorocaba, município do<br />
Estado de São Paulo, aborda a experiência de construção do plano baseado<br />
em dois focos principais: a articulação dos diferentes atores sociais no<br />
processo e o conteúdo do plano. A participação dos atores no processo, em<br />
especial do Ministério Público, mostra que ainda há uma construção jurídica<br />
a ser feita sobre a utilização dos instrumentos do Estatuto da Cidade,<br />
de fundamental importância, que precisa ser conhecida pelos operadores<br />
do direito. Um segundo foco está no conteúdo do plano resultante desse<br />
processo, especialmente no que diz respeito à definição da função social<br />
da propriedade e a possibilidade de autoaplicabilidade dos instrumentos<br />
urbanísticos do Estatuto da Cidade.<br />
O segundo estudo analisa uma experiência de elaboração de Plano Diretor<br />
Participativo que se insere no processo inicial de adequação do planejamento<br />
urbano municipal às diretrizes do Estatuto da Cidade. Trata-se da<br />
experiência do município de Mariana, no Estado de Minas Gerais, que tem<br />
como peculiaridade a existência de significativo conjunto de patrimônio<br />
histórico tombado desde a década de 1930, gerido pelo órgão federal responsável<br />
pela preservação do patrimônio histórico nacional, atual IPHAN.<br />
O estudo investiga a forma como as recentes transformações na moldura<br />
institucional do planejamento territorial incidiram sobre essa situação territorial<br />
específica, aumentando as possibilidades de inserção do município<br />
na gestão do seu território, assim como do patrimônio histórico local.<br />
10 Ver página www.cidades.<br />
gov.br/planodiretorparticipativo.<br />
No Instituto Pólis, essa<br />
primeira versão foi coordenada<br />
por Renato Cymbalista<br />
e Maria Albertina J. Carvalho.<br />
A ficha técnica coma equipe<br />
envolvida nessa pesquisa<br />
encotra-se ao final dessa<br />
introdução. No Ministério<br />
das Cidades, Secretaria de<br />
Programas Urbanos, o projeto<br />
foi coordenado pela então<br />
Secretária de Programas Urbanos,<br />
Raquel Rolnik, e pelo<br />
urbanista Kazuo Nakano.<br />
9