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F O T O G R A F I - Arquivo Nacional

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Os motivos predominantemente enfoca­<br />

dos - ruas localizadas na área central,<br />

áreas residenciais, praças e jardins -<br />

recebem um tratamento formal diferen­<br />

ciado. Mo caso das praças e jardins, a<br />

ênfase recai no desenho paisagístico, já<br />

que é evitada a presença de pessoas:<br />

opta-se por tomadas pontuais enfocando<br />

a vegetação e elementos decorativos<br />

como espelho dágua, chafarizes e está­<br />

tuas, nos álbuns em que figuram ima­<br />

gens do jardim da Luz, o lago aparece<br />

em primeiro plano, com o chafariz no<br />

centro do quadro organizando, simetri-<br />

camente, os elementos da composição.<br />

A água é uma presença constante e o<br />

efeito reflexivo que proporciona amplia<br />

o espaço enquadrado pontualmente e<br />

concorre para criar uma atmosfera visu­<br />

almente aprazível e de estabilidade.<br />

Mo Álbum de Vistas de São Paulo a dispo­<br />

sição, lado a lado, de uma imagem da<br />

avenida Paulista e de outra, da esquina<br />

da rua Direita com a 15 de Movembro,<br />

contrasta os dois tratamentos dispensa­<br />

dos, respectivamente, às áreas residen­<br />

ciais e à área central.<br />

As imagens relativas ás ruas do triângulo<br />

central guardam características bem dis­<br />

tintas das demais. Contam com uma<br />

enorme variedade de elementos em<br />

movimento - bondes, carroças, bicicle­<br />

tas e pessoas. Ma verdade, o movimento<br />

parece ser o motivo principal: o recurso<br />

da high camera (ponto de vista do fotó­<br />

grafo localizado no alto de alguma saca­<br />

da) resulta em tomadas mais abrangen­<br />

tes, em que são privilegiadas tanto a<br />

V o<br />

perspectiva central como a lateral, com<br />

destaque para os elementos móveis em<br />

primeiro plano. As áreas residenciais,<br />

de que a avenida Paulista é um exem­<br />

plo, sáo representadas a partir de toma­<br />

das panorâmicas com exploração das<br />

perspectivas laterais enfatizadas pela re­<br />

petição de elementos dispostos ao<br />

longo do trajeto como árvores e postes.<br />

A ausência de pessoas e de elementos<br />

móveis faz com que a uniformidade dos<br />

lotes e a regularidade do traçado das<br />

ruas sejam ressaltadas.<br />

A disposição dessas fotografias explicita<br />

a intenção de confronto entre o espaço<br />

de concentração de atividades ligadas<br />

ao setor terciário (imbricando um maior<br />

número de práticas urbanas que a ima­<br />

gem das ruas do centro denota) e o<br />

espaço projetado, tendo em vista a<br />

exclusividade de função, evidenciado<br />

pela imagem de uma avenida residencial<br />

de ocupação relativamente recente.<br />

A representação do espaço mais com-<br />

plexificado pela concentração de fun­<br />

ções se dá a partir de uma imagem den­<br />

sa e heterogênea, com maior contraste<br />

de tons e na qual, em virtude da gama de<br />

elementos em movimento, há uma mul­<br />

tiplicação das direções que articulam os<br />

planos fotográficos. A composição re­<br />

sulta, assim, mais dinâmica e expressi­<br />

va, em contraste com a representação<br />

do espaço funcionalmente construído,<br />

que se apresenta mais homogênea gra­<br />

ças à repetição cadenciada de elemen­<br />

tos estáticos e na qual a articulação dos<br />

planos se dá fundamentalmente pelas<br />

Acervo, Rio de Janeiro, v. 6, n° 1-2, p. 99-110, jan/dez 1993 - pág. 107

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