F O T O G R A F I - Arquivo Nacional
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A C E<br />
As descrições apresentadas na obra sáo<br />
antecedidas de um tomo inteiramente<br />
dedicado à 'história do Brasil', isto é,<br />
das "primeiras velas" ao 'governo consti<br />
tucional' de dom. Pedro II. Já o segundo<br />
tomo descreve detalhadamente a cida<br />
de e a província do Rio de Janeiro; o<br />
terceiro trata do território, população e<br />
instituições do país, com ênfase na situ<br />
ação das colônias e no papel da impren<br />
sa; o quarto tomo integraria o terceiro<br />
volume da publicação que, no entanto,<br />
não chegou a ser lançada.<br />
Num dos raros informes biográficos exis<br />
tentes a respeito de Victor frond, o his<br />
toriador Affonso d' Escragnole Taunay,<br />
prefaciando a primeira reedição do livro<br />
em 1941, indica-nos que "muito se cita<br />
vam outrora as páginas do seu Le Brésil<br />
pittoresque, impresso com textos em con<br />
fronto, em francês e português e acom<br />
panhado pelo volumoso álbum de re<br />
produções litografadas das excelen<br />
tes fotografias de Victor Frond.' 9<br />
De fato, o 'livro-álbum' BrazilPittoresco,<br />
por sua concepção, abrangência e<br />
riqueza visual, pode ser considerado no<br />
gênero a obra mais importante realizada<br />
nò Brasil na segunda metade do século<br />
XIX, só encontrando algum paralelo -<br />
quanto à ambição do projeto - no Álbum<br />
de vues du Brésil, realizado muitos anos<br />
mais tarde pela Imprimerie Lahure, por<br />
encomenda do barão do Rio Branco,<br />
encarregado de divulgar na Europa (mais<br />
precisamente na Exposição Universal de<br />
Paris de 1889) imagens do Brasil produ<br />
zidas por alguns dos nossos fotógrafos<br />
mais talentosos. 10<br />
pag. 92. jan/dez 1993<br />
O encarregado do texto de Brazil<br />
Pittoresco, convidado por Victor Frond<br />
para escrevê-lo, era o não menos pros-<br />
crito escritor francês de nome Charles<br />
Ribeyrolles, "republicano irredutível' e<br />
'abolicionista ferventíssimo', nas pala<br />
vras de Taunay."<br />
A associação entre Frond, que se auto<br />
definia "editor" da obra, e Charles<br />
Ribeyrolles, apresentado como seu 'au<br />
tor', foi antes resultado de afinidades no<br />
plano pessoal e político do que motiva<br />
da exclusivamente por relações profissi<br />
onais e financeiras . A propósito, escre<br />
veu o fotógrafo Victor Frond, depois da<br />
morte de seu colaborador (em junho de<br />
1860), ter estado 'desde muito associa<br />
do aos trabalhos de Ribeyrolles, (tendo<br />
sido) companheiro de suas excursões<br />
(e) confidente habitual de seus pensa<br />
mentos - .' 2<br />
Considerados todos esses dados, não<br />
seria válido, então, estabelecermos uma<br />
correspondência entre as imagens do<br />
Rio de Janeiro criadas por Victor Frond e<br />
aquelas registradas com a pena de<br />
Charles Ribeyrolles ? Não teria uma ins<br />
pirado a outra, e vice-versa ? Acredito<br />
que sim .<br />
Dentre as 74 fotografias que formam o<br />
conjunto de vistas litografadas no Brazil<br />
Pittoresco, encontramos 15 imagens do<br />
Rio de Janeiro, sendo que todas elas são<br />
panoramas e vistas globais da cidade.<br />
Da ilha das Cobras, a câmara de Victor<br />
Frond sacou o maior número de ima<br />
gens: 'panoramas' da entrada da baía,<br />
do morro do Castelo e Hospital Militar;<br />
da Alfândega e cais (dois); do mosteiro