Maria Inez Turazzi Historiadora, mestre em Ciências pela Coordenação de Programas de Pós-Craduação em Engenharia/UFRJ, doutoranda pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP e pesquisadora do Museu Casa de Benjamin Constant/IBPC 1 imagens
A C vento aos franceses, ora aos ingleses. Contudo, se pensarmos, por exemplo, na presença da História, como preocu pação temática, na produção fotográfica de um autor ou de uma dada sociedade; ou ainda, se pensarmos na utilização da imagem fotográfica, a partir de determi nada época, na construção da própria História, isto é, do conhecimento acerca dos homens e de suas relações no tem po e no espaço, então podemos afirmar com segurança que ainda temos muito o que investigar. O surgimento da fotografia e sua rápida expansão pelo mundo, a partir de mea dos do século passado, forneceu aos homens e mulheres daquela época uma nova percepção e uma nova vivência do tempo e do espaço de sua própria inser ção social. A fotografia, empreendendo pela primeira vez por meios fotomecãni- cos uma certa exploração visual do es paço, estabeleceu também uma inédita relação com o tempo, categoria que se inscreve de modo inseparável na lingua gem fotográfica . Os tempos da fotografia são muitos: tempo presente, passado e futuro; tem po de obtenção das imagens e de sua preservação; tempo apreendido e fixa do pela câmara; tempo construído e res gatado através de imagens, etc. A inven ção da fotografia tornou possível a cap tação precisa de um certo tempo que, no decorrer da segunda metade do sécu lo XIX, passou da longa exposição re querida pelo daguerreótipo à minúscula fração de um breve instantâneo . Registrando um mundo que se tornava dia a dia mais cosmopolita, com uma pag. 88, jan/dez 1993 linguagem cada vez mais onipresente - na vida privada, na circulação de infor mações, nas aplicações as mais diversas - a fotografia apresentou-se como um meio capaz de fixar o tempo para a posteridade. O que significa, como des dobramento, que a fotografia, além de revolucionar a memória individual, con tribuiu de modo muito eficaz para uma certa construção da memória social, objeto da história . Para o historiador Jacques Le Qoff, o documento deve ser encarado como 'monumento' na medida em que 'resul ta do esforço das sociedades históricas para impor ao futuro - voluntária ou involuntariamente - determinada imagem de si próprias.' 2 (grifo meu). Ora, no século XIX, que documento poderia ates tar no futuro, melhor do que qualquer outro, a sucessão do tempo e a evolução da sociedade ? A fotografia, sem dúvida . For isto mesmo, pode-se afirmar que a força constatativa de suas imagens, pre servando o passado pelo registro desse tempo na memória coletiva, passou a incidir também sobre o tempo - futuro, na medida em que a fotografia mostrava- se capaz de construir pela imagem um dado projeto de armazenamento do tem po - presente na memória coletiva das gerações futuras . Entendida dessa forma, a imagem foto gráfica, longe de ser apenas um registro fiel' da realidade, configura-se sobretu do como elemento de sua própria cons trução , representando-a visualmente. Sobre este último aspecto, o pesquisa dor Arlindo Machado realizou um ensaio bastante interessante, intitulado A ilu
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