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F O T O G R A F I - Arquivo Nacional

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seu objetivo.<br />

K V O<br />

A grande massa de objetos fica por con­<br />

ta daqueles denominados de exteriores:<br />

vegetação agreste, chào de terra, barra­<br />

ca de campanha, morros, fachadas, ban­<br />

deiras, trincheiras de sacos, casas de<br />

taipa, ruínas, madeiras, canhões, caixo­<br />

tes, barris, carroças, potes para muni­<br />

ção, cela de cavalo, tripé para apoiar<br />

armas, cercas, árvores, telhados e cru­<br />

zes.<br />

Tais elementos, que compuseram o ce­<br />

nário da praça de guerra, definem o<br />

sentido prioritário das fotografias: o<br />

registro da vitória! Nada foi esquecido<br />

na composição da mensagem, desde a<br />

caracterização da adversidade do ambi­<br />

ente, o qual foi apresentado como mais<br />

um inimigo a ser vencido, até os aspec­<br />

tos da destruição através das fotos das<br />

ruinas e dos cadáveres.<br />

A presença diferenciada de objetos ex­<br />

teriores demonstra a hierarquia na re­<br />

presentação dos ambientes. A grande<br />

incidência de objetos exteriores, relaci­<br />

onados à caracterização do ambiente<br />

inóspito do sertão, indica que o sentido<br />

prioritário a ser transmitido era o de<br />

dificuldade e adversidade do ambiente.<br />

Logo em seguida, na escala de presença,<br />

estão os objetos exteriores associados à<br />

composição do cenário da praça de guer­<br />

ra, definindo assim o segundo sentido a<br />

ser veiculado: a necessidade da vitória.<br />

Por fim, a presença, em menor escala,<br />

de objetos exteriores associados ao<br />

ambiente de destruição testemunham o<br />

objetivo alcançado, rio entanto, é uma<br />

prova que atua como mero reconheci­<br />

mento da missão cumprida, mantendo-<br />

se distante dos horrores da repressão.<br />

Além disso, o registro da destruição da<br />

igreja e das cruzes existentes no arraial<br />

mostra que não só o ambiente físico foi<br />

destruído, mas também todos os ideais<br />

que o sustentavam.<br />

O ESPAÇO DA FIQURAÇÀO<br />

Compõem o espaço da figuração: ho­<br />

mens, mulheres, crianças e animais. Este<br />

espaço é de natureza heterogênea e os<br />

itens que formam o enquadramento au­<br />

xiliam a compreensão desta heteroge-<br />

neidade, ao realçar a importância de<br />

determinadas figuras e a relação entre<br />

elas na estruturação dos campos de sig­<br />

nificação.<br />

Ma coleção de fotografias sobre Canu­<br />

dos, percebe-se uma representação<br />

hierarquizada do espaço da figuração,<br />

onde as oposiçoes são superadas por<br />

uma ordenação precisa dos elementos<br />

nos planos e no arranjo 1 *. Em termos<br />

numéricos a figuração apresentou-se de<br />

acordo com o seguinte quadro (levando-<br />

se em conta os objetos centrais da foto):<br />

- Fotos de oficiais: 20 ( em 7 os soldados<br />

estão no 2- plano).<br />

- Fotos do batalhão: 30.<br />

- Fotos de soldados, oficiais e crianças:<br />

7.<br />

- Fotos de soldados, oficiais e mulheres:<br />

4.<br />

- Fotos dos conselheiristas: 4.<br />

- Fotos individuais: 2.<br />

- Fotos de animais: 4.<br />

Acervo, Rio de Janeiro, v. 6, n» 1-2. p. 25-40. jan/dez 1993 - pag. 35

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