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F O T O G R A F I - Arquivo Nacional

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palavra ESTÓRIA (...). raça como fa<br />

zem os profissionais: planeje a fotorre<br />

portagem que você deseja produzir (...)<br />

Fotógrafos profissionais saem a traba<br />

lho munidos de um roteiro de fotos<br />

preparado pelos editores (...). Este<br />

roteiro (...) deve requisitar diferentes<br />

tipos de imagens: fotos principais que<br />

irào estabelecer a estrutura da narrativa<br />

(...) fotos de transição que devem<br />

ser usadas para guiar o leitor de uma<br />

idéia à outra (...) fotos de ação que<br />

transmitam o drama (..:) fotos que levem<br />

a estória a uma conclusão (...). O<br />

roteiro é necessário porque mantém o<br />

fotógrafo numa linha, garantindo uma<br />

estória com um começo, um meio e um<br />

fim-".<br />

A necessidade de um trabalho conjunto<br />

entre fotógrafo e editor fica aqui eviden­<br />

ciada, pois somente um determinado<br />

tipo de imagem, produzida tendo em<br />

mente a estrutura particular da fotorre-<br />

portagem, prestava-se a uma apropria­<br />

ção de acordo com os princípios<br />

estabelecidos.<br />

Após o aparecimento da revista Life sur­<br />

giram inúmeras publicações semanais<br />

do gênero e mesmo algumas já existen­<br />

tes passaram a adotar os seus pa­<br />

drões. Podemos citar Look, Holiday e<br />

Picture nos Estados Unidos, Paris Match,<br />

Picture Post, Heute e DerSpiegel na Euro­<br />

pa e também O Cruzeiro na América Lati­<br />

na 9<br />

O FOTÓGRAFO HERÓI<br />

Os primeiros nove n anos de exis-<br />

tência da revista re Life (1936-<br />

1945) coincU idiram com um dos<br />

períodos mais conturbados deste sécu­<br />

lo. Eclodiram inúmeros conflitos, nos<br />

mais diferentes países, sem falar na Se­<br />

gunda Grande Guerra. Conflitos que se<br />

tornaram o grande manancial de ima­<br />

gens da revista e contribuíram para o<br />

amadurecimento do modelo da fotorre-<br />

portagem. Antônio Acari compara estas<br />

imagens de guerra com aquelas realiza­<br />

das um século antes por Brady, o que<br />

nos ajuda a entender melhor as grandes<br />

transformações que se processaram his­<br />

toricamente no papel do fotógrafo.<br />

"Entre Mathew Brady e os fotógrafos de<br />

guerra das últimas gerações, não há<br />

apenas uma distância tecnologicamente<br />

determinada (...). A nosso ver é uma<br />

maneira diferente de entender e ter<br />

consciência da própria função e, por<br />

isso, uma atitude diferente também<br />

perante a realidade. A fotografia de<br />

Brady documenta, testemunha, ilustra<br />

(...). Capa, ou Duncan, ou Smith, participavam,<br />

viviam, estavam dentro do<br />

acontecimento. Talvez se pudesse dizer<br />

(...) que o morto de Brady é já um<br />

morto, não é o miliciano que vai cair<br />

ferido de morte da fotografia de Capa,<br />

que se tornou tão célebre não só -<br />

pensamos - pelo seu grande dramatismo,<br />

como também porque é emblemá-<br />

Acervo, Rio de Janeiro, v. 6. n° 1-2, p. 75-86, jan/dez 1993 - pag. 83

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