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F O T O G R A F I - Arquivo Nacional

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va. Ha pioneira aplicação desta idéia<br />

estava o redator-chefe da revista alemã<br />

Münchner lllustrierte Presse, Stefan Lorant.<br />

Estamos diante do embrião da fotorre­<br />

portagem, forma de fotojomalismo que<br />

em breve seria difundida internacional­<br />

mente.<br />

A ascensão do Nazismo esfacelou a li­<br />

berdade de imprensa. Erich Salomon<br />

morreu nas câmaras de gás e grande<br />

parte dos profissionais de imprensa imi-<br />

grou para a Europa Ocidental. A primeira<br />

conseqüência direta desse êxodo foi sen­<br />

tida na França e na Inglaterra. Já em<br />

1928 era lançada na França a revista Vu,<br />

que contava em seus quadros com vári­<br />

os fotógrafos vindos da Alemanha, entre<br />

eles Germaine Krull, André Kertèsz e<br />

Robert Capa. Ma Inglaterra, a influência<br />

da imprensa alemã materializou-se prin­<br />

cipalmente em duas publicações - Weekly<br />

lllustrated e Picture Post - para as quais<br />

trabalhou como editor Stefan Lorant,<br />

quç havia fugido da Alemanha em 1934.<br />

Algum tempo depois, a Segunda Guerra<br />

Mundial provocou outra leva migratória<br />

de profissionais ligados à imprensa,<br />

dessa vez em direção aos Estados Uni­<br />

dos. Tendo como modelo a experiência<br />

européia, foi fundada em 1936 a revista<br />

Life. que iria explorar todo o potencial<br />

da fotorreportagem, chegando a siste­<br />

matizá-la numa verdadeira fórmula.<br />

pag. 82. jan/dez 1993<br />

"A criação de uma fotorreportagem re­<br />

quer a organização de um certo número<br />

de imagens sobre um mesmo tema de<br />

modo que elas dêem uma visão mais<br />

profunda, mais ampla, mais completa e<br />

mais intensa do assunto do que qual­<br />

quer imagem isolada poderia dar. O<br />

assunto pode ser qualquer coisa - uma<br />

idéia, uma pessoa, um evento, um lu­<br />

gar. A organização pode ser tanto<br />

cronológica quanto temática; essas<br />

coisas não importam, já que a forma<br />

em si é flexível. O que importa é que as<br />

imagens trabalhem juntas para enri­<br />

quecer o tema. Elas não podem mais<br />

ser encaradas como entidades isola­<br />

das, como trabalhos de arte individu­<br />

ais, mas antes como partes de um todo.<br />

Para que uma fotorreportagem tenha<br />

êxito, o todo tem que ser mais impor­<br />

tante do que a soma de suas partes' 7 .<br />

As palavras-chave sào flexibilidade e nar­<br />

rativa. De posse da concepção acima<br />

explicitada e das instruções publicadas<br />

num dos manuais da Life. que ensinam<br />

aos leitores como montar uma fotorre­<br />

portagem, podemos chegar ao detalha­<br />

mento seguro de sua fórmula. Estas ins­<br />

truções, em seu didatismo, desnudam<br />

todo o processo de realização de uma<br />

fotorreportagem, desde sua concepção,<br />

passando pela tomada das fotografias e<br />

elaboração do desenho das páginas, até<br />

a montagem do resultado final.<br />

'A essência destas técnicas reside na

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