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F O T O G R A F I - Arquivo Nacional

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A C E<br />

coletivo. Abriu-se um novo caminho de<br />

atuação para o fotógrafo, ampliando o<br />

seu restrito repertório inicial de retratos<br />

e paisagens.<br />

Esse caminho, no entanto, apresentava<br />

ainda inúmeros obstáculos. Se o colódio<br />

úmido possibilitava a reprodutibilidade<br />

das imagens, a feitura de cópias em<br />

papel e uma mobilidade relativa para o<br />

fotógrafo, se comparada ao daguerreóti-<br />

po, estava longe de lhe permitir a agili­<br />

dade necessária para o desempenho de<br />

uma atividade de documentação mais<br />

próxima do cotidiano. As condições de<br />

trabalho do fotógrafo, naquele momen­<br />

to, se traduziam nas pesadas chapas de<br />

vidro que precisavam ser preparadas e<br />

reveladas na hora, nas câmeras de grande<br />

formato que demandavam o uso de tripé<br />

e na baixa sensibilidade dos filmes que<br />

exigiam tempos de exposição prolonga­<br />

dos. Todo o esforço envolvido e o inves­<br />

timento realizado nos grandes empreen­<br />

dimentos de documentação fotográfica<br />

não davam o retorno financeiro neces­<br />

sário devido à impossibilidade de uma<br />

ampla circulação das imagens na im­<br />

prensa, o que restringia o seu consu­<br />

mo 1 .<br />

Ê bem verdade que várias fotos de Fenton<br />

e Brady foram veiculadas em publica­<br />

ções ilustradas da época sob a forma de<br />

pag. 76, jan/dez 1993<br />

gravuras 2 , rio entanto, a origem fotográfica<br />

dessas ilustrações náo se revelava a<br />

não ser pela citaçào dos créditos, sem<br />

os quais não se distinguiam de gravuras<br />

feitas a partir de desenhos. Isso porque<br />

a fotografia passava por uma espécie de<br />

'tradução' para ser impressa nas páginas<br />

dos periódicos. Era preciso fazer um<br />

desenho a partir da foto, transformando<br />

as luzes e sombras em traços, transpostos<br />

entào para a gravura. O resultado<br />

eram imagens isentas da especificidade<br />

da linguagem fotográfica, o que tornava<br />

muito mais vantajoso o uso direto de<br />

desenhos como matrizes, pois estes já<br />

se apresentavam sob a forma de linhas,<br />

dispensando, portanto, a transposição<br />

técnica.<br />

A INVENÇÃO DO<br />

PROCESSO DE MEIO.TOM:<br />

FOTOGRAFIA X GRAVURA<br />

Ouso direto da fotografia na imprensa<br />

só se tornou possível<br />

com a invenção do processo<br />

de meio-tom em 1880 3 . A sua aceitação<br />

pelo público, no entanto, náo foi imediata.<br />

Os leitores continuaram a preferir<br />

os chamados 'desenhos de atualidade'<br />

por considerá-los mais artísticos e muito<br />

mais expressivos 4 . As publicações da<br />

época, em meio a vários tipos de ilustrações,<br />

traziam os desenhos de atualidade<br />

que assumiam uma função embrioná

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