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MONOGRAFIA PRONTA - Departamento de História - Universidade ...

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marcar a diferença entre o escravo e o soldado, enten<strong>de</strong>ndo a importância <strong>de</strong>sta<br />

distinção – sobretudo, disciplinar - para o <strong>de</strong>sempenho do regimento.<br />

Enquanto isso, seus “irmãos” do Sul continuavam atrelados à lógica<br />

escravista, uma vez que, frequentemente, o ingresso em uma milícia não<br />

significava o rompimento dos laços escravistas com os gran<strong>de</strong>s senhores. Assim,<br />

para muitos <strong>de</strong>sses homens a estrutura militar, com os brancos acima dos negros,<br />

representava uma mera extensão da relação entre o senhor e seus escravos.<br />

Esta concepção abria espaço para uma reação – por razões raciais - <strong>de</strong> inúmeros<br />

soldados negros contra a autorida<strong>de</strong> dos oficias brancos. 107<br />

Desta forma, os Confe<strong>de</strong>rados evitavam ao máximo esse tipo <strong>de</strong><br />

organização, Entretanto, a presença <strong>de</strong> um gran<strong>de</strong> número <strong>de</strong>ssas tropas no<br />

exército da União não passou <strong>de</strong>spercebida pelos confe<strong>de</strong>rados. Os regimentos<br />

<strong>de</strong> cor eram cada vez mais requisitados para a <strong>de</strong>fesa das novas possessões que<br />

a União vinha tomando <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> território sulista, domínios esses, notavelmente,<br />

escravistas 108 .<br />

No Sul, ao organizarem-se as primeiras tropas compostas por negros,<br />

restringiu-se sua área <strong>de</strong> atuação. Soldados negros <strong>de</strong>veriam ser empregados<br />

unicamente em serviços <strong>de</strong> apoio. 109 Isso não significa que os <strong>de</strong>scen<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong><br />

africanos ao sul também não almejassem lutar pela <strong>de</strong>fesa <strong>de</strong> territórios das duas<br />

parcelas em contenda, pelo contrário. Não eram poucos os negros, seja do sul ou<br />

do norte, que entendiam a guerra civil em termos regionais. Muitos estavam<br />

dispostos a lutar do lado dos brancos para <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r seus lares. Entretanto, havia<br />

gran<strong>de</strong> temor em armarem-se os negros em meio a uma população tão gran<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>scen<strong>de</strong>ntes africanos. Por este motivo, os soldados negros nem sempre<br />

recebiam treinamento ou soldo 110 .<br />

Entretanto, a condição do Sul <strong>de</strong> <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte das tropas formadas por<br />

negros levou o governo confe<strong>de</strong>rado a tomar medidas que conservassem tais<br />

regimentos sob a autorida<strong>de</strong> a organização bélica sulista. Desta forma, em 1863<br />

o Sul já passava a incorporar regimentos negros ao seu serviço militar regular,<br />

<strong>de</strong>monstrando a importância <strong>de</strong>ssas tropas nas pretensões confe<strong>de</strong>radas. Assim,<br />

107 Ibi<strong>de</strong>m, pp. 108-120.<br />

108 BURTON, William L.Op Cit. pp. 10-20.<br />

109 TRUDEAU, Noah André. Op. Cit. pp. XVIII-XIX.<br />

110 Ibi<strong>de</strong>m, p. XIX.<br />

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