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MONOGRAFIA PRONTA - Departamento de História - Universidade ...

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e injustas, o oficial sulista revela que o norte <strong>de</strong>nunciava as agressões realizadas<br />

por oficiais sulistas a negros que atingiam a União, geralmente fugindo do sul: “É<br />

um engano supor que os relatórios que aparecem nos documentos do Norte <strong>de</strong><br />

cruelda<strong>de</strong>s para com os negros no Sul são extremamente falsos”. 139<br />

Nos Estados Confe<strong>de</strong>rados do Sul, gran<strong>de</strong> parte dos negros que alistavam-<br />

se no serviço militar vinham como escravos, acompanhando seus senhores ou<br />

não. Muitos ingressavam no serviço militar mediante o pagamento, por parte do<br />

exército, da in<strong>de</strong>nização ao senhor, que liberava então seu escravo para tornar-se<br />

um soldado. A correspondência do major Stearns nos revela que esta prática<br />

tornava-se cada vez mais comum nos estados do sul, sendo uma saída viável<br />

para senhores que visavam o dinheiro oriundo das in<strong>de</strong>nizações ou simplesmente<br />

livrar-se contingente humano in<strong>de</strong>sejável: “Muitos <strong>de</strong>les <strong>de</strong>sejaram os escravos<br />

<strong>de</strong>les levados, quer adquirissem compensação ou não. Foram oferecidos<br />

aproximadamente quarenta a mim no último mês.” 140<br />

Tratando mais especificamente da questão do preconceito racial, o major<br />

Stearns revela que este era um problema que tinha suas origens fora do espaço<br />

militar. Os oficiais brancos reproduziam o racismo que já acompanhava os negros<br />

<strong>de</strong>s<strong>de</strong> o trabalho nos campos. Ao contrário do que geralmente se afirmava, o<br />

major não vê no exército um espaço <strong>de</strong> perpetuação <strong>de</strong> práticas racistas, mas sim<br />

um lugar no qual o preconceito po<strong>de</strong> ser extinto. Assim, ele compreendia o<br />

exército como espaço <strong>de</strong> elevação do caráter do homem negro e <strong>de</strong> construção<br />

<strong>de</strong> uma harmonia entre as duas raças. Segundo Stearn, o ingresso na instituição<br />

militar elevava socialmente os homens negros e os proporcionava melhores<br />

condições <strong>de</strong> vida.<br />

4. Entre o Norte e o Sul, os negros preferem a liberda<strong>de</strong><br />

A ação pedagógica que Stearn atribui à vida militar sobre os homens<br />

negros ingressos nas tropas não era a norma para o pensamento dos oficiais<br />

sulistas, assim como não era a norma os escravos sulistas conseguirem seu<br />

engajamento nos exércitos. Essa não era uma realida<strong>de</strong> palpável para os<br />

milhares <strong>de</strong> negros que continuavam escravizados nas plantations sulistas ou nos<br />

139 I<strong>de</strong>m, Ibi<strong>de</strong>m.<br />

140 I<strong>de</strong>m, Ibi<strong>de</strong>m.<br />

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