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MONOGRAFIA PRONTA - Departamento de História - Universidade ...

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negra norte-americana. A maioria dos escravos, e mesmo uma gran<strong>de</strong> parcela<br />

dos libertos, encontrava-se na zona rural, o que dificultava ou impedia o acesso<br />

ao ensino, posto que as escolas se concentravam principalmente nas cida<strong>de</strong>s<br />

mais importantes dos estados. Em meados <strong>de</strong> 1863 – ano singular no<br />

estabelecimento <strong>de</strong> tropas <strong>de</strong> negros ao longo <strong>de</strong> todos os Estados Unidos –<br />

apenas 5% da população negra encontrava-se alfabetizada. 127 A maioria dos<br />

homens que ingressavam nas fileiras dos exércitos do norte e, sobretudo, do sul,<br />

eram, portanto analfabetos. Esta condição <strong>de</strong> analfabetos ou parcamente<br />

alfabetizados, por sua vez, também causou seus efeitos. Por um lado não lhes<br />

proporcionou registrar com precisão gran<strong>de</strong> parte das suas experiências e por<br />

outro, também dificultou as ações militares. 128<br />

Nesse aspecto, os intentos <strong>de</strong> exclusão da população negra dos bancos<br />

escolares apresenta-se como paradoxo nos termos das ações militares, pois os<br />

soldados que eram alfabetizados acabavam por constitui uma vantagem nos<br />

acampamentos e campos <strong>de</strong> batalha. Eram importantes peças na ca<strong>de</strong>ia <strong>de</strong><br />

repasse <strong>de</strong> or<strong>de</strong>ns e <strong>de</strong>terminações e na comunicação inter e intra tropas. Neste<br />

sentido, é importante reiterar que os comandantes brancos <strong>de</strong> tropas <strong>de</strong> cor<br />

nortistas tinham sob seu comando regimentos com um bom número <strong>de</strong> negros<br />

com conhecimento acerca da leitura e escrita. Este fator auxiliava os oficiais na<br />

tarefa <strong>de</strong> treinar as tropas e manter sua moral elevada. 129<br />

Mesmo havendo soldados negros alfabetizados, não é gran<strong>de</strong> o número <strong>de</strong><br />

cartas escritas por soldados negros, visto a dificulda<strong>de</strong> <strong>de</strong> envio das<br />

correspondências e o pouco acesso à alfabetização entre esta parcela da<br />

população como um todo. A <strong>de</strong>speito <strong>de</strong> todos esses senões, a análise das cartas<br />

<strong>de</strong>sses soldados <strong>de</strong>monstra suas experiências e dificulda<strong>de</strong>s, ajudando-nos a<br />

compreen<strong>de</strong>r melhor o ingresso e institucionalização das tropas compostas por<br />

<strong>de</strong>scen<strong>de</strong>ntes africanos. Para além <strong>de</strong>ssas questões, é ainda possível i<strong>de</strong>ntificar<br />

os anseios <strong>de</strong>sses soldados que partiam para guerra ainda escravos – não raro<br />

fugidos do sul – ou livres, geralmente <strong>de</strong>ixando suas famílias <strong>de</strong>samparadas em<br />

seu local <strong>de</strong> origem, como exemplificado anteriormente.<br />

127 FUNKE, Loretta, Op. Cit. p. 4.<br />

128 GLATTHAAR, Joseph. Op. Cit. p. 103.<br />

129 Ibi<strong>de</strong>m, p. 101.<br />

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