MONOGRAFIA PRONTA - Departamento de História - Universidade ...
MONOGRAFIA PRONTA - Departamento de História - Universidade ...
MONOGRAFIA PRONTA - Departamento de História - Universidade ...
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
africanos. É visível que os ingleses alfabetizavam os negros <strong>de</strong> forma rudimentar,<br />
apenas com fins <strong>de</strong> torna-los cristãos ou ainda a hipótese que parte <strong>de</strong>sses que<br />
foram alfabetizados o fizeram por esforço próprio, po<strong>de</strong>ndo ou não contar com a<br />
boa vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong> algum homem ou <strong>de</strong> alguma mulher livres, mas jamais como um<br />
esforço conjunto da socieda<strong>de</strong> norte-americana em torná-los bons leitores e<br />
escritores, limitando-se essa a uma parca iniciação nas letras e não vinculando-se<br />
a algum projeto educacional. Assim também eram raros os esforços no sentido <strong>de</strong><br />
se esclarecerem os homens <strong>de</strong> cor sobre as questões mais importantes no<br />
momento. Essa pouca ação no sentido <strong>de</strong> alfabetizá-los e mesmo <strong>de</strong> inseri-los<br />
por completo nas práticas religiosas era, entre outros motivos, tomada como<br />
medida preventiva. Primeiramente, pela existência <strong>de</strong> uma lei não escrita e<br />
apoiada na religião que proibia qualquer cristão, mesmo que negro, <strong>de</strong> ser<br />
tomado como escravo. Desta forma, muitos proprietários <strong>de</strong> escravos proibiram o<br />
acesso dos negros a leitura e escrita, pois sendo protestantes a maioria das<br />
religiões praticadas nos Estados Unidos, o contato direto das escrituras fazia-se<br />
necessário para ser um fiel. Mantendo-os analfabetos, aumentava a distância<br />
para tornarem-se cristãos plenos e, portanto, não escravizáveis. Isso perdurou até<br />
o bispo <strong>de</strong> Londres <strong>de</strong>clarar que a escravidão, mesmo dos negros convertidos ao<br />
cristianismo, era religiosamente justificada. 122<br />
Isso não significa que não houvesse, em paralelo a essa pouca vonta<strong>de</strong> em<br />
torná-los alfabetizados, instituições espalhadas por vários pontos do território a<br />
propiciar educação em escolas para os negros. A primeira escola para negros foi<br />
inaugurada em 1620, como a maior parte das instituições <strong>de</strong> ensino da América<br />
inglesa, era uma instituição privada 123 . Em 1704 é inaugurado um<br />
estabelecimento similar na cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Nova York. A cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Charleston, no<br />
estado sulista da Carolina do Sul, teve sua primeira escola para negros em 1744,<br />
contando inclusive com professores negros, os ditos mais aptos para ensinar sua<br />
própria raça as primeiras letras. Assim, no longo intervalo entre os anos 1760 a<br />
1835 são abertas instituições <strong>de</strong> ensino básico e até mesmo superior a negros<br />
nos estados nortistas <strong>de</strong> Massachusetts, New Jersey, Pennsylvania e Ohio, além<br />
122<br />
FUNKE, Loretta. The negro in education. The Journal of Negro History. Volume 5, ano 1,<br />
janeiro <strong>de</strong> 1920. p. 03.<br />
123<br />
KARNAL, PURDY, FERNANDES, MORAIS. Leandro, Sean, Luiz Estevam, Marcus Vinícius <strong>de</strong>.<br />
Os EUA no século XIX. <strong>História</strong> dos Estados Unidos, das origens ao século XXI. São Paulo:<br />
Contexto, 2ª edição, 2007. p.47.<br />
44