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MONOGRAFIA PRONTA - Departamento de História - Universidade ...

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Muitos <strong>de</strong>sses soldados que lutavam pela União ou pelos confe<strong>de</strong>rados<br />

eram negros - livres, fugidos ou escravos - que relatavam suas experiências no<br />

âmbito do exército. Como parte da metodologia para a análise <strong>de</strong>ssas<br />

correspondências, elas foram aglutinadas a partir dos assuntos que mais são<br />

abordados, com especial atenção para a <strong>de</strong>licada relação estabelecida entre<br />

soldados negros e os oficias e colegas brancos. Observou-se que não raro,<br />

soldados negros apontam para o preconceito e para os atos <strong>de</strong> <strong>de</strong>scriminação<br />

existentes na instituição militar constando esses temas em pelo menos duas<br />

cartas <strong>de</strong> um conjunto analisado <strong>de</strong> quatro correspondências escritas por<br />

soldados <strong>de</strong> cor. Nestas cartas, ficou evi<strong>de</strong>nte o tratamento diferenciado<br />

dispensado para os soldados brancos. Importante para <strong>de</strong>tectar essas<br />

diferenciações foram os não raros soldos recebidos por <strong>de</strong>scen<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong><br />

africanos bastante inferiores aos dos soldados brancos, ainda que<br />

<strong>de</strong>sempenhassem funções semelhantes. Como exemplo disso tem-se:<br />

“O senhor Steeter o Assistente Superienten<strong>de</strong> <strong>de</strong> Negros na Ilha<br />

<strong>de</strong> Roanoke (...) é um homem que diz que não é nenhuma parte<br />

abolicionista. Não tem nenhum cuidado com as pessoas coloridas e não<br />

tem nenhuma simpatia com as pessoas coloridas”. 120<br />

Acerca do fardamento, os soldados negros frequentemente eram proibidos<br />

<strong>de</strong> usá-lo. Junto com isso, evi<strong>de</strong>nciou-se que possuíam pouco acesso a ajuda<br />

médica quando doentes ou feridos, uma vez que os médicos nos acampamentos<br />

relutavam em prestar atendimento a soldados negros. Desse fato resultou o<br />

número <strong>de</strong> soldados negros mortos por doenças ser duas vezes maior do que no<br />

restante das tropas. 121<br />

A partir da análise <strong>de</strong>ssas cartas escritas por soldados negros também<br />

po<strong>de</strong>-se traçar um panorama do analfabetismo entre os <strong>de</strong>scen<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong><br />

120 Sargento Richard Etheredge e Wm. Benson para o General Howard, Maio ou Junho <strong>de</strong> 1865.<br />

Cartas Recebidas não registradas, Bureau <strong>de</strong> Refugiados, Homens Livres, and Terras<br />

Abandonadas, Grupo <strong>de</strong> Registro 105, Arquivos Nacionais. Outro soldado no 36º USCT informou<br />

ao chefe <strong>de</strong> brigada <strong>de</strong>le que seu regimento fora transportado da Virgínia para o Texas. Trata<br />

também do assunto das rações cortadas para as famílias na Ilha <strong>de</strong> Roanoke. Publicado em: The<br />

Black Military Experience, pp. 729–30, in Free at Last, pp. 228–29, e em: Families and Freedom,<br />

pp. 125–26. Disponível em: http://www.history.umd.edu/Freedmen/sampdocs.htm<br />

121 BURKE, Kathryn. Op. Cit. Disponível em:<br />

http://www.postalmuseum.si.edu/letterwriting/lw04.html Acesso em: 24 <strong>de</strong> novembro <strong>de</strong> 2010.<br />

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