flávia maria ribeiro vital efetividade e segurança da - Unifesp
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Discussão 81<br />
reforça a idéia de que ambas as terapias são efetivas e que a diferença entre elas em<br />
relação à mortali<strong>da</strong>de talvez não tenha relevância clínica.<br />
A freqüência de intubação endotraqueal foi significantemente<br />
reduzi<strong>da</strong> em nossa revisão sistemática com o uso <strong>da</strong> NPPV em relação ao TP, pois<br />
demonstramos que se pode evitar uma intubação endotraqueal a ca<strong>da</strong> oito pacientes<br />
(ou sete se basearmos na análise de sensibili<strong>da</strong>de) tratados com NPPV. Resultados<br />
semelhantes foram obtidos na comparação do CPAP com o TP, uma vez que uma<br />
intubação pode ser evita<strong>da</strong> a ca<strong>da</strong> seis pacientes tratados com CPAP. Entretanto, ao<br />
compararmos o NPPV bi-level com o TP, não observamos diferenças estatisticamente<br />
significantes em relação à freqüência de intubação endotraqueal, talvez pelo menor<br />
poder estatístico do agrupamento dos estudos nesta comparação, como pode ter<br />
ocorrido no desfecho mortali<strong>da</strong>de. Assim como a comparação do CPAP com NPPV bilevel<br />
por não ter apresentado diferença estatisticamente significante, o que nos leva a<br />
crer que ambas as terapias são efetivas e que as diferenças entre elas talvez não<br />
sejam de significância clínica. Embora esta revisão tenha demonstrado a <strong>efetivi<strong>da</strong>de</strong> <strong>da</strong><br />
NPPV em diminuir a freqüência de intubação, não foi possível avaliar se a NPPV<br />
poderia protelar este desfecho, como sugerido no estudo de Wood et al (1998). Esse<br />
estudo aleatório relata que houve significante demora para intubar e ventilar<br />
mecanicamente os pacientes que receberam NPPV bi-level em relação ao TP em<br />
pacientes com insuficiência respiratória agu<strong>da</strong>. Entretanto, ao analisar esse estudo,<br />
verificamos que essa diferença não foi estatisticamente significante (p=0.055), mesmo<br />
porque o número de eventos nos grupos era muito pequeno (sete intubações no grupo<br />
NPPV bi-level e cinco no grupo TP) para demonstrar poder nessa diferença, assim<br />
como não foram estatisticamente significantes as diferenças entre os grupos em<br />
relação ao desfechos mortali<strong>da</strong>de. De forma oposta, no estudo de Confalonieri et al<br />
(1999), em pacientes com pneumonia, apesar do NPPV bi-level ter diminuído a<br />
necessi<strong>da</strong>de de intubação, não foram observa<strong>da</strong>s diferenças no tempo para intubar e<br />
iniciar a ventilação mecânica (Confalonieri et al, 1999).<br />
Em nossa revisão, não encontramos diferenças entre as formas de<br />
NPPV e o TP ou entre CPAP e NPPV bi-level em relação à freqüência de IAM durante<br />
ou após o uso de NPPV. Entretanto alguns estudos (Mehta et al, 1997; Rutherholtz er<br />
al, 1999; Sharon et al, 2000) vinham demonstrando uma maior incidência de IAM em<br />
pacientes que utilizaram NPPV bi-level, embora nenhum deles explicasse com clareza<br />
se o IAM estava presente na admissão ou se ocorria após o uso de NPPV bi-level.