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Historia

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trágicos vêem como suas realizações concretas. Os apologistas da<br />

liberdade freqüentemente sugerem que, na gestão das fábricas e na<br />

coletivização efetiva da agricultura, os anarquistas espanhóis<br />

demonstraram que os trabalhadores podem ter êxito no controle<br />

eficaz de suas próprias indústrias e que o ideal de Kropotkin de<br />

um comunismo libertário é de fato praticável no mundo moderno.<br />

Ainda não se escreveu a história completa da coletivização<br />

anarquista da indústria e da agricultura na Espanha, e é possível<br />

que não mais existam os registros nos quais essa história pudesse<br />

se basear. Mas os que foram preservados sugerem que essas<br />

experiências foram muito bem-sucedidas. A Espanha, com sua<br />

tradição de democracia aldeã e iniciativa comunitária, é um país<br />

apropriado, por natureza, para tais empreendimentos. Nos distritos<br />

rurais de Navarra, Astúrias e Pireneus ainda existiam aldeias onde<br />

o cultivo da terra e a posse dos rebanhos faziam parte de um<br />

sistema coletivo que, no passado, deve ter abrangido uma área<br />

mais ampla. Até nos distritos rurais do sul, dividido em grandes<br />

propriedades, ainda sobrevivem vestígios de uma idade de ouro do<br />

comunismo aldeão, e era nestes distritos que as fábricas de<br />

Barcelona recrutavam seus trabalhadores. Em sua propaganda pela<br />

coletivização, os anarquistas espanhóis de fato apelaram -como é<br />

comum entre os anarquistas — tanto para o sonho nostálgico de<br />

um passado perdido como para uma aspiração futura a um mundo<br />

melhor.<br />

Os primórdios da coletivização parecem ter sido semelhantes<br />

nas aldeias e nas fábricas. Com a fuga dos proprietários de terra<br />

das aldeias, e mortos ou escorraçados os guardas-civis, o sindicato<br />

aldeão se transformou numa assembléia popular em que todo<br />

aldeão poderia participar diretamente nas questões da comunidade.<br />

Elegia-se um comitê administrativo, mas que atuava sob a<br />

constante supervisão do povo, reunindo-se pelo menos uma vez<br />

por semana numa concorrida assembléia para acelerar a<br />

consolidação do comunismo livre. Nas fábricas, o processo era<br />

semelhante, com uma comissão de trabalhadores<br />

responsabilizando-se pela assembléia-geral<br />

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