Historia
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União Sindical Italiana, parecia prestes a derrubar a monarquia. Na<br />
verdade, o fim do movimento não foi provocado pelo poder do<br />
governo, mas pela defecção dos sindicalistas moderados. Após um<br />
breve período de hesitação, a CGL ordenou que seus membros<br />
voltassem ao trabalho, e a greve terminou.<br />
O fim da I Guerra Mundial viu o ressurgir das esperanças<br />
revolucionárias na Itália encorajada pelo exemplo da Revolução<br />
Russa. Quando no fim de 1919 Malatesta voltou de Londres, onde<br />
havia passado os anos de guerra em novo exílio, foi aclamado<br />
como um herói popular e, em 1920, fundou em Milão o primeiro<br />
diário anarquista, Umanità Nova. Naquele ano uma onda de greves<br />
varreu a Itália e em agosto, graças em grande parte à influência da<br />
União Sindical Italiana, liderada por Armando Borghi, os<br />
operários metalúrgicos de Milão e Turim ocuparam as fábricas.<br />
Parecia ser, mais uma vez, o início de uma era revolucionária, a<br />
oportunidade de uma geração: "Se deixarmos passar esse momento<br />
favorável, disse Malatesta, pagaremos mais tarde com lágrimas de<br />
sangue pelo medo que instilamos na burguesia". Mas o modelo<br />
criado pela "Semana Vermelha" de 1914 repetiu-se. A CGL<br />
aconselhou moderação, os operários abandonaram as fábricas em<br />
troca de promessas vagas de reforma e dentro de poucas semanas<br />
ocorreram prisões em massa dos líderes grevistas e de militantes<br />
anarquistas e sindicalistas, inclusive Malatesta e Borghi, que<br />
permaneceram dez meses na prisão sem julgamento, antes de<br />
serem libertados, em 1922.<br />
Nessa altura, encorajados pela decepção provocada pelo<br />
fracasso da greve geral, os terroristas individualistas que haviam<br />
sobrevivido - a despeito da influência de Malatesta -, formando<br />
uma pequena minoria entre os anarquistas italianos, fizeram uma<br />
intervenção trágica e aterrorizante: na noite de 23 de março de<br />
1921, um grupo deles entrou em ação na cidade de Milão,<br />
colocando bombas num teatro, numa central elétrica e num hotel.<br />
Houve 23 mortos no teatro e inúmeros feridos. O ato causou danos<br />
imensos à reputação dos anarquistas, tanto entre os operários<br />
quanto entre as outras classes, e, além de provocar novas prisões,<br />
deu aos fascistas uma desculpa para iniciar<br />
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