Historia
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operários americanos nativos mantiveram-se mais indiferentes do<br />
que nunca e, a partir de 1887, o anarquismo tornou-se<br />
principalmente um movimento de imigrantes e filhos de<br />
imigrantes. Mesmo os alemães se afastaram, e foi com grande<br />
dificuldade que Most manteve vivo o seu Die Arbeiter, que<br />
desapareceria depois da sua morte, em 1906. O anarquismo<br />
sobreviveu basicamente entre a população judia dos centros<br />
maiores e entre os italianos e os refugiados russos que haviam<br />
escapado à perseguição czarista. Exceto pela União dos<br />
Trabalhadores Russos, com seus 10 mil membros, e por uma<br />
grande federação de grupos judeus, o anarquismo passou a ser um<br />
movimento de pequenos grupos relativamente isolados. Algumas<br />
personalidades dinâmicas - como os russos Emma Goldman e<br />
Alexander Berkman, que havia chegado na América logo após a<br />
tragédia de Chicago, e o italiano Cario Tresca - conseguiram<br />
manter as doutrinas anarquistas vivas, e foram principalmente<br />
esses indivíduos extraordinários os responsáveis pelos melhores<br />
jornais anarquistas, como Mather Earth, de Goldman, publicado<br />
de 1906 a 1917, e o Blast, de Berkman, que teve uma vida efêmera<br />
mas intensa, que vai de 1916 a 1917. Berkman produziu também<br />
um clássico menor da literatura anarquista, O ABC do anarquismo.<br />
Emma Goldman, com sua oratória emocional, sua enorme<br />
coragem e sua generosa defesa das causas populares, pertence a<br />
um quadro mais abrangente, que transcende ao movimento<br />
anarquista, pois, embora fosse russa de nascimento, representava<br />
num sentido amplo as melhores tradições do radicalismo<br />
americano. Enfrentou multidões hostis, defendeu a liberdade de<br />
expressão, foi presa por lutar pelo controle da natalidade e ajudou<br />
a apresentar Ibsen e seus contemporâneos ao público americano.<br />
Durante esse período, muitos anarquistas isolados reuniam<br />
os operários imigrantes judeus e italianos em Uniões, e lideravam<br />
greves, mas não chegou a surgir um movimento<br />
anarcossindicalista autêntico, embora em 1912 o futuro líder<br />
comunista William Z. Foster tenha fundado a fracassada Liga<br />
Sindicalista da América do Norte, influenciada pela CGT francesa.<br />
Depois de 1905, os anarquistas interessados em organizar<br />
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