22.11.2014 Views

Historia

Historia

Historia

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

ebeliões de estudantes americanos, como as de Columbia e<br />

Berkeley, ou as revoltas estudantis da Alemanha, ou ainda os<br />

militantes entre os Zengakuren no Japão, pode num sentido global<br />

ser chamado de anarquista, embora grande parte deles sem dúvida<br />

tivesse lido Bakunin, assim como Marx e Che Guevara; nas<br />

fileiras de tais movimentos houve um espectro de envolvimento<br />

intelectual que ia de raros anarquistas convictos e esclarecidos a<br />

muitos adeptos temporários, cujas motivações foram mais<br />

anárquicas que anarquistas, produtos antes da frustração que do<br />

pensamento. É significativo que nenhum desses movimentos tenha<br />

produzido uma única obra teórica no campo do pensamento<br />

anarquista comparável às produzidas nos períodos iniciais por<br />

Proudhon, Kropotkin ou mesmo Herbert Read.<br />

Movimentos como esse de fato não podem ser chamados de<br />

anarquistas, visto não preencherem os critérios que, já vimos, são<br />

necessários: apresentar uma crítica libertária e consistente da<br />

sociedade tal qual ela é, uma contravisão de uma sociedade justa<br />

possível, e meios de passar de uma para a outra. Ao mesmo tempo,<br />

em todos esses movimentos, que fortemente rejeitam tanto os<br />

velhos partidos da esquerda quanto a estrutura política vigente, o<br />

interesse pelo anarquismo foi forte e compreensível. Sempre, no<br />

espírito, na persistência, na espontaneidade, na flexibilidade<br />

teórica, na simplicidade da vida, no amor e no ódio como<br />

componentes complementares e indispensáveis na ação social e<br />

individual, o anarquismo atrai aqueles que rejeitam a<br />

impessoalidade das instituições poderosas e os cálculos<br />

pragmáticos dos partidos políticos. Em termos de organização<br />

social, a negação anarquista do Estado e a persistência no<br />

descentralismo e nas responsabilidades populares encontraram eco<br />

num movimento contemporâneo que reivindica que a democracia<br />

não seja representativa, mas participante, e que sua ação seja<br />

direta. A recorrência do tema de controle de indústrias pelos<br />

trabalhadores em tantos manifestos de radicalismo<br />

contemporâneos mostra uma influência duradoura das idéias que<br />

Proudhon transmitiu aos anarcossindicalistas. Na revolta de 1968<br />

em Paris, na qual os<br />

275

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!