Historia
Historia
Historia
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
sentido consolidou a forma primitiva do grupo anarquista oficial,<br />
dedicado não ao partidarismo político, mas ao serviço da<br />
organização propagandística e econômica.<br />
Já falamos o suficiente sobre o significado de Proudhon e a<br />
maneira coerente com que ele personificou o ponto de vista<br />
anarquista durante os negros dias bonapartistas, de 1849 até sua<br />
morte em 1865. Antes, porém, de começarmos a abordar a<br />
ampliação do anarquismo num movimento distinto, através das<br />
atividades de seus seguidores, convém considerarmos três homens<br />
que gozam de menor popularidade e que, durante esse período<br />
inicial, fizeram contribuições independentes para a tradição<br />
anarquista na França.<br />
Quase todos os revolucionários que se voltaram para o<br />
anarquismo, como conseqüência de 1848, fizeram-no em virtude<br />
de uma percepção tardia de sua natureza, mas pelos menos um<br />
homem à parte, Proudhon, justificou a posição libertária no<br />
momento mesmo em que transcorria o Ano das Revoluções.<br />
"Anarquia é ordem: governo é guerra civil." Com tal slogan,<br />
intencional paradoxo à maneira dos de Proudhon, Anselme<br />
Bellegarrigue fez sua breve e obscura aparição na história do<br />
anarquismo. Ao que parece, Bellegarrigue foi um homem de<br />
alguma formação intelectual, mas pouco se sabe a respeito de sua<br />
vida antes das vésperas de 1848; no dia 23 de fevereiro regressou a<br />
Paris de uma viagem aos Estados Unidos, onde se encontrou com<br />
o presidente Polk a bordo de um vapor no Mississipi e revelou<br />
certa admiração pelos aspectos menos individualistas da<br />
democracia norte-americana. De acordo com seu próprio relato, tal<br />
como Proudhon, impressionou-se pouco com a revolução que<br />
irrompeu na primeira manhã de seu retorno a Paris. Um oficial da<br />
Guarda Nacional, à porta do Hôtel de Ville, vangloriava-se<br />
dizendo-lhe que, daquela vez, a vitória não seria roubada aos<br />
trabalhadores. "Eles já a roubaram de vocês", retrucou<br />
Bellegarrigue. "Não é então que nomearam novo governo?"<br />
Provavelmente Bellegarrigue deixou logo Paris, pois mais<br />
tarde, naquele mesmo ano em Toulouse, ele publicou a primeira de<br />
suas obras que restaram, um panfleto com o título Au Fait!<br />
47