25.01.2015 Views

Informalidade no projeto formal de habitação - blog da Raquel Rolnik

Informalidade no projeto formal de habitação - blog da Raquel Rolnik

Informalidade no projeto formal de habitação - blog da Raquel Rolnik

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

são características comuns, sem contar a baixa escolari<strong>da</strong><strong>de</strong>.<br />

Boa parte <strong>de</strong> seus moradores são imigrantes, <strong>no</strong>r<strong>de</strong>sti<strong>no</strong>s<br />

(<strong>no</strong> caso paulista), negros, em gran<strong>de</strong> parte, porém<br />

isso não é fator homogêneo. A situação em que se encontram<br />

vem <strong>de</strong> encontro à pergunta “o que é ci<strong>da</strong><strong>de</strong>”. É urba<strong>no</strong><br />

É viável, é i<strong>de</strong>al Pensar em ci<strong>da</strong><strong>de</strong> aqui po<strong>de</strong> parecer<br />

irreal, mas não está a favela inseri<strong>da</strong> <strong>no</strong> urba<strong>no</strong> A problemática<br />

que aqui se fin<strong>da</strong> é que ela não está efetivamente<br />

conecta<strong>da</strong>. Ela está na ci<strong>da</strong><strong>de</strong> contemporânea, mas não se<br />

conecta com o tecido urba<strong>no</strong> do entor<strong>no</strong>. Temos um problema<br />

<strong>de</strong> inserção urbana.<br />

O espaço urba<strong>no</strong> produzido tradicionalmente compõe<br />

a ci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> ruas, aveni<strong>da</strong>s, parques, quadras, bairros. O<br />

viário <strong>de</strong>fine, em princípio, a ci<strong>da</strong><strong>de</strong>. A casa e o lote <strong>de</strong>finem<br />

a quadra. E a superposição <strong>de</strong>stes espaços ao espaço<br />

<strong>da</strong> vivência, <strong>da</strong> convivência - o espaço do existir e intervir,<br />

<strong>da</strong> ação humana - gera o que chamamos <strong>de</strong> espaço urba<strong>no</strong>.<br />

E neste sentido, os padrões <strong>de</strong> urbanização - que na<strong>da</strong><br />

mais são dos que as diversas maneiras <strong>de</strong> se criar o espaço<br />

construído - <strong>de</strong>finem o que chamamos <strong>de</strong> tecido urba<strong>no</strong>.<br />

Neste sentido, o bairro cosoli<strong>da</strong>do, a favela, os conjuntos<br />

habitacionais constituem diferentes tipos <strong>de</strong> tecidos que<br />

agregados formam a ci<strong>da</strong><strong>de</strong>. O que os conecta, sua característica<br />

essencial, é a rua.<br />

público e o privado. Tecnicamente, po<strong>de</strong>m ser largas ou<br />

estreitas, com áreas ver<strong>de</strong>s e <strong>de</strong> recreação, com calça<strong>da</strong>s<br />

amplas, com amplo tráfego <strong>de</strong> veículos, ou vazias. Porém<br />

sua caracterização se dá em acordo com a apropriação que<br />

se faz <strong>de</strong>la pelas pessoas, por seus usos e sua diversi<strong>da</strong><strong>de</strong>.<br />

A rua só existe enquanto ci<strong>da</strong><strong>de</strong>, enquanto espaço urba<strong>no</strong>.<br />

No caso <strong>da</strong> favela, on<strong>de</strong> estão as ruas Em seu entor<strong>no</strong>,<br />

ruas que <strong>de</strong>limitam seu espaço, mas e internamente As<br />

questões do loteamento e <strong>da</strong> construção à revelia levam<br />

a uma urbanização sem ruas, o que <strong>no</strong>rmalmente gera<br />

<strong>de</strong>ficiências <strong>no</strong> que tange a problema como incêndios e<br />

remoção <strong>de</strong> pessoas em caso <strong>de</strong> aci<strong>de</strong>ntes. Porém, traçando<br />

um paralelo com as ruas, temos as vielas. Elas exercem<br />

exatamente a mesma função que as ruas, porém não são<br />

capazes do trânsito <strong>de</strong> veículos. A vi<strong>da</strong> acontece ali, <strong>no</strong>s<br />

peque<strong>no</strong>s espaços <strong>de</strong> 2,5 m <strong>de</strong> largura. São conexões, tais<br />

como as ruas, porém não possuem as mesmas funcionali<strong>da</strong><strong>de</strong>s<br />

que a rua.<br />

Enten<strong>de</strong>r a rua é enten<strong>de</strong>r um pouco sobre o que é o<br />

espaço e como as pessoas o criam - e mais efetivamente, o<br />

recriam. Na ci<strong>da</strong><strong>de</strong>, rua é local <strong>de</strong> encontro, <strong>de</strong> produção<br />

social, é nele que a vi<strong>da</strong> acontece. Paralelamente a isso, a<br />

rua também é a base <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>, <strong>da</strong> conexão do tecido, espaço<br />

que une e separa ao mesmo tempo, e <strong>de</strong>fine o domínio<br />

A meu ver, isso não é uma ci<strong>da</strong><strong>de</strong> plena, é um fragfavela<br />

na zona sul <strong>de</strong> são paulo. sem autoria<br />

13

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!