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Informalidade no projeto formal de habitação - blog da Raquel Rolnik

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precárias, mal construí<strong>da</strong>s, em baixas condições <strong>de</strong> salubri<strong>da</strong><strong>de</strong>,<br />

porém vincula<strong>da</strong>s ao tecido urba<strong>no</strong>, <strong>no</strong> interior<br />

<strong>de</strong> bairros; tratavam-se apenas <strong>de</strong> casas mais simples.<br />

Contudo, elas passaram a ser um real problema para<br />

o gover<strong>no</strong> quando do aumento <strong>da</strong> imigração em São Paulo,<br />

associado à indústria cafeeira, que promoveu diversas<br />

modificações nas ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s urbanas por conta do alto<br />

contingente <strong>de</strong> superávits gerados pelos seus produtores.<br />

De 1880 a 1900, São Paulo recebeu centenas <strong>de</strong> milhares<br />

<strong>de</strong> imigrantes que vinham para trabalhar na capital (Morse,<br />

1970; Santos, 2007), amparados pela Lei Provincial<br />

<strong>de</strong> 28 <strong>de</strong> outubro <strong>de</strong> 1885, que estabelecia o contrato <strong>de</strong><br />

reembolso <strong>de</strong> passagem para o imigrante e sua família. É<br />

certo que a gran<strong>de</strong> maioria dos vindos não fixaram residência<br />

na capital, muitos foram trabalhar <strong>no</strong> interior, em<br />

lavouras; ain<strong>da</strong> assim, com esse estímulo, São Paulo sofre<br />

um gran<strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento em função <strong>da</strong> expansão <strong>da</strong>s<br />

ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s, do aumento <strong>da</strong> cafeicultura, recebe também<br />

as primeiras linhas <strong>de</strong> transporte elétrico e as ferrovias.<br />

Nesse momento, em função do aumento significativo do<br />

mercado <strong>de</strong> trabalho na ci<strong>da</strong><strong>de</strong>, e visto a fixação <strong>de</strong> alguns<br />

imigrantes na capital, o incremento habitacional era necessário,<br />

ain<strong>da</strong> que ocorresse <strong>de</strong> forma precária. Porém,<br />

o a<strong>de</strong>nsamento habitacional leva a problemas <strong>de</strong> outras<br />

or<strong>de</strong>m na ci<strong>da</strong><strong>de</strong>, como a falta <strong>de</strong> infraestrutura básica<br />

(água, esgoto e coleta <strong>de</strong> lixo).<br />

Neste sentido ain<strong>da</strong> não estamos falando em assentamentos<br />

precários, porém em habitações insalubres, condiciona<strong>da</strong>s<br />

por uma necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> habitar junto ao centro.<br />

Nesta época, to<strong>da</strong>s as habitações ain<strong>da</strong> eram junto ao<br />

primeiro triângulo central. Se formos avaliar, apesar <strong>da</strong><br />

proximi<strong>da</strong><strong>de</strong> física, o que se revela é uma gran<strong>de</strong> segregação<br />

social. A diferença se faz presente, por exemplo, neste<br />

relato:<br />

“A [ci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>] São Paulo do último quartel do Século XIX<br />

(...) é comenta<strong>da</strong> por diversos autores e viajantes, que tratam<br />

dos mais variados aspectos (...). Em contraparti<strong>da</strong>, um véu<br />

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