Todo o partido do <strong>projeto</strong> foi <strong>de</strong>senvolvido sobre uma ótica, <strong>de</strong> um tecido urba<strong>no</strong> – o <strong>da</strong> favela. Porém, ao passo que explicito que <strong>de</strong>ntro <strong>da</strong>quilo que achava único há ramificações e subdivisões, o <strong>projeto</strong> já não se insere mais a todos os locais. É a verificação <strong>da</strong> teoria <strong>no</strong> <strong>projeto</strong>. A proposta <strong>de</strong> modulação estava pensa<strong>da</strong> para um local com alta <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong> edifica<strong>da</strong>, resultante <strong>da</strong> agregação simples <strong>de</strong> moradias e na verticalização, criando um tecido <strong>de</strong>nso e complexo, pois ele possibilitava <strong>no</strong>vamente que estas altas <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong>s fossem alcança<strong>da</strong>s, porém <strong>de</strong> maneira artificial, construi<strong>da</strong>. Ao final do <strong>projeto</strong>, na área em <strong>de</strong>talhe, conseguiu-se alocar minimamente, com gabarito <strong>de</strong> 3 an<strong>da</strong>res - térreo + 2 - 183 habitações, sem prejuízo ao espaço, sem aumentar o gabarito on<strong>de</strong> po<strong>de</strong>ria ser aumentado, sem construir apenas uma <strong>habitação</strong> <strong>de</strong> um único tipo, ou seja, aplicando uma porcentagem maior às habitações <strong>de</strong> 50m2, e <strong>de</strong>ixando porcentagens me<strong>no</strong>res pra outros tipos, em função <strong>de</strong> modulação necessária, insolação, inserção <strong>no</strong> espaço, etc. Assim sendo, o total geral estimado gira em tor<strong>no</strong> <strong>de</strong> 1200 habitações, o que correspon<strong>de</strong> a 15% aproximado do total <strong>de</strong> domicílios estimado anteriormente. Essa aplicação teve a<strong>da</strong>ptação mais fácil na região on<strong>de</strong> estavam os tecidos urba<strong>no</strong>s semicerrados, já que sua lógica é mais semelhante à i<strong>de</strong>ia <strong>da</strong> proposta. Quando fui aplicar a mesma maneira <strong>de</strong> projetar numa área que possui um tecido diferente, não houve a<strong>da</strong>ptação; a aparência é <strong>de</strong> que estava ocorrendo <strong>no</strong> local uma superposição <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ias sem conexão, não trabalha<strong>da</strong>s para aquele lugar, ain<strong>da</strong> que em coerência com to<strong>da</strong> a teoria exposta. Recriei, ain<strong>da</strong> que indiretamente, na minha proposta, a lógica <strong>da</strong> produção habitacional corrente. A aplicação <strong>da</strong> lógica proposta à área <strong>de</strong> tecido aberto resultou muito díspar <strong>da</strong> intervenção <strong>no</strong> outro tecido. As características que a proposta traz são volta<strong>da</strong>s para áreas 92 on<strong>de</strong> não há um espaço livre, não há nichos, o espaço é quase por completo edificado. É a lógica <strong>da</strong> agregação e superposição <strong>de</strong> habitações que <strong>de</strong>u base para a proposta. Contudo, quando a proposta foi cria<strong>da</strong>, não havia estabelecido ain<strong>da</strong>, <strong>de</strong> maneira total, a correlação <strong>de</strong>ssa proposta à área interna, ao tecido próprio <strong>da</strong> favela. Estava consi<strong>de</strong>rando, inicialmente, apenas a utilização <strong>de</strong> algumas características <strong>da</strong> favela para a proposta e a a<strong>de</strong>quação ao tecido do entor<strong>no</strong>. Porém, ao verificar que a proposta não era a<strong>de</strong>qua<strong>da</strong> não apenas ao tecido do entor<strong>no</strong>, mas também não condizia com o antigo tecido <strong>da</strong> favela, o <strong>projeto</strong> encontrou uma barreira, e a teoria acabou sendo reforça<strong>da</strong>. Não havia como a<strong>de</strong>quar, pois o sistema <strong>de</strong> edificação e <strong>de</strong> espaços livres é bastante diferente do tecido semicerrado, que acabou sendo o único efetivamente privlegiado pela proposta. Naquele outro tecido urba<strong>no</strong>, pelas suas características <strong>de</strong> implantação, seriam a<strong>de</strong>quados outros processos <strong>de</strong> trabalho, outras modulações <strong>de</strong> <strong>projeto</strong>, que não as produzi<strong>da</strong>s neste trabalho. Por outro lado, não a<strong>de</strong>quar trouxe à tona um parâmetro que não havia sido percebido por mim <strong>no</strong> <strong>de</strong>correr <strong>da</strong> teoria, <strong>da</strong> escrita, que era justamente o próprio módulo, que se pensava a<strong>de</strong>quado para ca<strong>da</strong> situação; ele era, na ver<strong>da</strong><strong>de</strong>, a<strong>de</strong>quado para o tipo <strong>de</strong> tecido sobre o qual me <strong>de</strong>brucei mais, o <strong>da</strong> iguaçu, e não a<strong>de</strong>quado a outras áreas, como <strong>da</strong> favela Jardim Adutora, por exemplo, que era aberto. Por fim, esse caminho po<strong>de</strong> ser explorado posteriormente em outro momento. Por hora, só vale reforçar alguns pontos que ficaram mais claros com o trabalho prático quando confrontado com o teórico - O <strong>projeto</strong> <strong>de</strong>ve estar em conexão não apenas ao tecido urba<strong>no</strong> do entor<strong>no</strong>, porém também <strong>de</strong>ve guar<strong>da</strong>r relação com o tecido anteriormente existente <strong>da</strong> própria área <strong>de</strong>
intervenção, que po<strong>de</strong> não ser exatamente o mesmo do bairro em volta – caso <strong>da</strong>s favelas - As favelas não são um tecido urba<strong>no</strong> – são vários. Elas possuem características morfológicas diferentes e que se relacionam a diversos aspectos ambientais e sociais - o <strong>projeto</strong> não é completo sem uma análise participativa em conjunto com seus moradores - <strong>de</strong>man<strong>da</strong>s e necessi<strong>da</strong><strong>de</strong>s só se i<strong>de</strong>ntificam em conjunto com quem mora lá, efetivamente. 93