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Dignidade e Autonomia Individual no Final da Vida - Emerj

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<strong>da</strong> proibição <strong>da</strong> eutanásia. O julgado fez expressa menção a uma<br />

perspectiva secular e pluralista, que deve respeitar a auto<strong>no</strong>mia<br />

moral do indivíduo 53 .<br />

A visão <strong>da</strong> digni<strong>da</strong>de como auto<strong>no</strong>mia valoriza o indivíduo, sua<br />

liber<strong>da</strong>de e seus direitos fun<strong>da</strong>mentais. Com ela são fomentados o<br />

pluralismo, a diversi<strong>da</strong>de e a democracia de uma maneira geral.<br />

To<strong>da</strong>via, a prevalência <strong>da</strong> digni<strong>da</strong>de como auto<strong>no</strong>mia não pode ser<br />

ilimita<strong>da</strong> ou incondicional. Em primeiro lugar, porque a o próprio<br />

pluralismo pressupõe, naturalmente, a convivência harmoniosa de<br />

projetos de vi<strong>da</strong> divergentes, de direitos fun<strong>da</strong>mentais que podem<br />

entrar em rota de colisão. Além disso, escolhas individuais podem<br />

produzir impactos não apenas sobre as relações intersubjetivas,<br />

mas também sobre o corpo social e, em certos casos, sobre a humani<strong>da</strong>de<br />

como um todo. Daí a necessi<strong>da</strong>de de imposição de valores<br />

exter<strong>no</strong>s aos sujeitos. Da digni<strong>da</strong>de como hetero<strong>no</strong>mia.<br />

VI. A DIGNIDADE HUMANA COMO HETERONOMIA<br />

A ‘digni<strong>da</strong>de como hetero<strong>no</strong>mia’ traduz uma visão <strong>da</strong> digni<strong>da</strong>de<br />

liga<strong>da</strong> a valores compartilhados pela comuni<strong>da</strong>de, antes<br />

que a escolhas individuais 54 . Nela se abrigam conceitos jurídicos<br />

53<br />

“En Colombia, a la luz de la Constitución de 1991, es preciso resolver esta cuestión desde<br />

una perspectiva secular y pluralista, que respete la auto<strong>no</strong>mía moral del individuo y las<br />

libertades y derechos que inspiran nuestro ordenamiento superior. La decisión, entonces,<br />

<strong>no</strong> puede <strong>da</strong>rse al margen de los postulados superiores. El artículo 1 de la Constitución,<br />

por ejemplo, establece que el Estado colombia<strong>no</strong> está fun<strong>da</strong>do en el respeto a la digni<strong>da</strong>d<br />

de la persona humana; esto significa que, como valor supremo, la digni<strong>da</strong>d irradia el<br />

conjunto de derechos fun<strong>da</strong>mentales reco<strong>no</strong>cidos, los cuales encuentran en el libre desarrollo<br />

de la personali<strong>da</strong>d su máxima expresión. (…). Este principio atiende necesariamente<br />

a la superación de la persona, respetando en todo momento su auto<strong>no</strong>mía e identi<strong>da</strong>d”<br />

COLOMBIA. Sentencia C-239/97. Deman<strong>da</strong> de Inconstitucionali<strong>da</strong>d contra el artículo 326<br />

del decreto 100 de 1980 – Código Penal. Magistrado Ponente: dr. Carlos Gaiviria Diaz. 20<br />

de mayo de 1997. Disponível em: http://www.ramajudicial.gov.co/csj_portal/jsp/frames/<br />

index.jspidsitio=6&ruta=../jurisprudencia/consulta.jsp. Acesso em: mai. /2005, citando<br />

as decisões T-401 de 1992, Magistrado Ponente: Eduardo Cifuentes Muñoz e Sentencia T-090<br />

de 1996. Magistrado Ponente: Eduardo Cifuentes Muñoz. É preciso salientar que tal foi a<br />

posição majoritaria <strong>da</strong> Corte. Nos votos de dissidência a proposta de entender a ‘digni<strong>da</strong>de<br />

humana como auto<strong>no</strong>mia’ foi muito critica<strong>da</strong>. Ao defender a posição majoritária, foram<br />

mencionados julgados anteriores <strong>da</strong> Corte, <strong>no</strong>s quais a ‘digni<strong>da</strong>de como auto<strong>no</strong>mia’ foi a<br />

concepção prevalente.<br />

54<br />

BEYLEVELD, Deryck. BROWNSWORD, Roger. Human dignity... Op. cit., p.29.<br />

42<br />

Revista <strong>da</strong> EMERJ, v. 13, nº 50, 2010

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