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Jul-Ago - Sociedade Brasileira de Oftalmologia

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210Machado MO, Fraga DS, Floriano JF, Menezes ME, Traebert Jgraves da doença e a baixa prevalência permitem caracterizaruma área como hipoendêmica e <strong>de</strong> baixo riscopara formas cicatriciais e <strong>de</strong> opacificação da córneaassociadas ao tracoma. A região metropolitana <strong>de</strong>Florianópolis se enquadra nessa classificação, pois nãohá relato na literatura epi<strong>de</strong>miologia <strong>de</strong> tracoma nessaregião. O único estudo realizado no estado <strong>de</strong> SantaCatarina foi na cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Joinville, on<strong>de</strong> a prevalência<strong>de</strong> tracoma folicular foi <strong>de</strong> 4,9% e tracoma cicatricial <strong>de</strong>0,65% (19) . Os pesquisadores concluíram que a populaçãoestudada tem baixa prevalência <strong>de</strong> tracoma, comquadros inflamatórios brandos. Sabe-se que quanto menora e<strong>de</strong>micida<strong>de</strong> do tracoma, mais elevada é a ida<strong>de</strong>on<strong>de</strong> aparecerá o pico <strong>de</strong> prevalência <strong>de</strong> tracomafolicular. Os dados aqui apresentados <strong>de</strong>monstram quehouve um aumento do número <strong>de</strong> casos <strong>de</strong> C. trachomatisem todas as faixas etárias, com maior prevalência nafaixa etária <strong>de</strong> zero a 15 anos no laboratório avaliado.Os resultados encontrados apontaram para umaumento do número <strong>de</strong> casos <strong>de</strong> conjuntivite no período<strong>de</strong> janeiro a junho <strong>de</strong> 2006. Durante esse período o clima<strong>de</strong>ssa região é mais quente e úmido, pois envolve atransição da estação do verão para o outono, com fortecalor e chuvas frequentes. Além disso, durante esta épocado ano ocorre um aumento significativo da populaçãoem função da vinda <strong>de</strong> turistas para a região.Segundo estudo realizado na região metropolitana<strong>de</strong> São Paulo, a hospedagem <strong>de</strong> pessoas <strong>de</strong> regiãoendêmica foi um dos fatores que se mostrou associada àprevalência do tracoma (20) . Os resultados apontaram tambémque em comunida<strong>de</strong>s com baixa circulação da C.trachomatis po<strong>de</strong>m persistir resíduos <strong>de</strong> casos e fontes<strong>de</strong> infecção nos segmentos mais pobres da população,que apresentam hábitos <strong>de</strong> higiene ina<strong>de</strong>quados e tambémentre familiares <strong>de</strong> migrantes <strong>de</strong> áreas endêmicasque mantenham vínculo social com as suas comunida<strong>de</strong>s<strong>de</strong> origem (20) . Outros estudos <strong>de</strong>screvem ainda que afalta <strong>de</strong> água po<strong>de</strong> comprometer a higiene e aumentar orisco <strong>de</strong> contaminação da C. trachomatis causando ummaior número <strong>de</strong> conjuntivite (20,21) .O diagnóstico do tracoma é essencialmente clínico.O diagnóstico laboratorial do tracoma <strong>de</strong>ve ser utilizado,para a constatação da circulação do agenteetiológico na comunida<strong>de</strong>, e não para a confirmação <strong>de</strong>cada caso, individualmente (22) . Porém, muitos casos <strong>de</strong>conjuntivite são assintomáticos ou as causas po<strong>de</strong>m seralérgicas. A menos que exista uma infecção bacterianaassociada, o tracoma não apresenta secreção purulentacopiosa e nem todos os casos graves apresentamsintomatologia proporcional às manifestações clínicas(1,23) . A i<strong>de</strong>ntificação do agente infeccioso é <strong>de</strong> fundamentalimportância para o uso controlado <strong>de</strong> medicamentos,evitando o gasto monetário e a ocorrência <strong>de</strong>efeitos adversos <strong>de</strong>snecessários ao paciente que po<strong>de</strong>riamainda agravar o processo inflamatório.CONCLUSÃOEmbora a região metropolitana <strong>de</strong> Florianópolisseja uma área não endêmica, esse estudo apontou umaelevada prevalência <strong>de</strong> pacientes infectados com C.trachomatis nas amostras <strong>de</strong> secreção ocular <strong>de</strong> pacientescom conjuntivite no laboratório estudado. Os resultadosapontam para a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ações <strong>de</strong> vigilânciaepi<strong>de</strong>miológica com o objetivo <strong>de</strong> confirmar clinicamentefocos <strong>de</strong> tracoma e traçar eventuais ações <strong>de</strong> controlepara impedir o aumento da sua prevalência na regiãometropolitana <strong>de</strong> Florianópolis.Agra<strong>de</strong>cimentosAo Dr. Geraldo Victor <strong>de</strong> Oliveira <strong>de</strong> Andra<strong>de</strong>,médico oftalmologista que forneceu as informações dosprontuários utilizadas nesse estudo.ABSTRACTObjective: To estimate the prevalence of ocular infectionby Chlamydia trachomatis in conjuctival material, fromjanuary 2004 to june 2007 at Genetic and MolecularBiology Laboratory from Florianópolis Metropolitanarea, SC. Methods: A cross-sectional and <strong>de</strong>scriptive studyinvolving all cases of conjunctivitis using the database ofGenetic and Molecular biology Laboratory(DNAanálises) recor<strong>de</strong>d in the period from january 2004to june 2007 was carried out. The positivity to C.trachomatis in conjunctival material was observed.Results: A total of 660 exams to the <strong>de</strong>tection of C.trachomatis in ocular samples were observed 359 (54,4%)positive cases which the most part of them were fromfemale patients (66,3%). The majority of the cases wereobserved at the female group (66.3%). The highestprevalence was between one to 15 years old in both sexgroups, being 55.8% in the male and 62.5% in the femalegroup. We observed an increased number of cases betweenjanuary and june of 2006 representing 79.2% of the totalpositive cases. Conclusion: There was an increasednumber of conjunctivitis at Florianópolis Metropolitanarea at the year of 2006, caused by Chlamydiatrachomatis <strong>de</strong>tected at Genetic and Molecular BiologyLaboratory. The great number of cases <strong>de</strong>tected in theRev Bras Oftalmol. 2009; 68 (4): 206-11

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